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segunda-feira, 17 de julho de 2023

"Nunca encontrei esse cuidado em lugar nenhum", relata paciente da residência terapêutica

 

Atendimento é destinado as pessoas que vem de longa internação em hospitais psiquiátricos

Acolhimento e uma nova família, foi o que ganhou a idosa Maria de Lourdes Vieira ao entrar na residência terapêutica, local mantido pela Prefeitura de Feira de Santana para assistir pacientes egressos de hospitais psiquiátricos. Na cidade, existem nove casas que oferecem esse atendimento. Ao todo, 48 pessoas são beneficiadas.

Maria de Lourdes relata que passou 30 anos internada no Hospital Lopes Rodrigues por conta de problemas psiquiátricos. Durante esse longo período, ela perdeu o contato com os familiares e foi acolhida pela equipe de saúde mental desde a implantação da primeira residência.

“As outras pessoas que moram junto comigo viraram a minha família. Aqui, me sinto feliz. Tenho uma rotina ativa, ajudo nas tarefas da casa e nos tempos vagos eu gosto de assistir novelas. Depois que vim para cá, nem tomo mais remédios psiquiátricos, apenas para epilepsia”, disse entusiasmada.

Já a paciente Célia dos Santos conta que passou a viver na residência há cerca de 18 anos. Após este convívio, os aniversários e outras datas comemorativas passaram a ser motivos de felicidade “Eu sou de Simões Filho, mas hoje vivo nesta casa, onde sou cuidada e fiz amigas. Cuidado como tenho aqui nunca encontrei em lugar nenhum, destacou.

No local, é disponibilizado cuidadores, fisioterapeuta, técnico de enfermagem e além disso, há uma equipe denominada “extra-muro”, formada por psicólogo, enfermeiro e assistente social que realizam visitas de forma constante. Segundo a coordenadora-geral da Rede de Saúde Mental, Regicélia Silva, também foi escalado um médico clínico para atendimento dos pacientes domiciliados.

“O objetivo da residência terapêutica é reinserir esses pacientes na sociedade, por meio do Programa  de Volta para Casa, instituído através da Lei Federal 10.708/2003. Muitos desses pacientes foram colocados em hospitais psiquiátricos e, infelizmente, foram deixados pelas famílias. Hoje, o Governo Federal envia uma ajuda de custeio, mas os principais gastos como aluguel, funcionários, café, almoço e janta são financiados pela Prefeitura”, explicou.


 A cuidadora, Elza Nogueira, que é carinhosamente chamada de “mãe Elza” pelos pacientes, é uma das responsáveis pelas tarefas domésticas, preparo das refeições e auxílio dos idosos. Para ela, o trabalho tornou-se uma missão de vida.

“Eles sempre me ajudam nas atividades e a manter a ordem do lugar. Temos uma relação muito boa. Eu trato como se fosse a minha família. Meu marido, inclusive, sempre vem visitá-los e até começaram a chamar de pai. Quando é meu dia de folga, não aguento ficar longe, e apareço logo aqui pra ver como estão”, declara.



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