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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Manifestantes da Aplb impedem primeira palestra da Jornada Pedagógica

Invasão dos manifestant
 Uma manifestação realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) impediu temporariamente as atividades que estavam programadas para acontecer na manhã desta segunda-feira (01/02) durante a Jornada Pedagógica 2016 em Feira de Santana.

Reivindicando pautas da categoria a mobilização reuniu cerca de 16 pessoas que fizeram apitaço e gritos de guerra e interviram nas atividades da Jornada Pedagógica e na palestra do professor Eliseu Clementino. A manifestação chamou atenção do público que estava no local e dividiu opiniões sobre o assunto. Os integrantes da APLB se manifestaram pela reserva de 1/3 da carga horária para os professores do Ensino Fundamental Anos Iniciais e Educação Infantil, reivindicação que está sendo estudada pelo governo municipal com a possibilidade de ser implementada gradativamente na Rede. 
 
“Este era um espaço que poderia potencializar a discussão para criar mais diálogos sobre o tema. Fui impedido de falar e achei a atitude equivocada e deselegante. Este embate, o impedimento da palestra, cria tensões desnecessárias, a própria Jornada abordaria os aspectos que eles estavam pleiteando”, defendeu o professor doutor Elizeu Clementino de Souza, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), impedido de proferir conferência, aos professores da Rede Municipal de Ensino.
 
Ele abordaria o tema central do evento: “Currículo escolar e suas interfaces com a aprendizagem: diálogos no contexto das políticas públicas educacionais”. O evento foi retomado à tarde.
Apesar das tentativas de dialogar com os manifestantes, a programação da manhã foi impossibilitada. “Sou professora da Rede e eu também quero a redução, mas hoje eu vim aqui para participar da programação da Jornada. Queria ouvir o que o palestrante tem a dizer, discutir sobre a Base Curricular Nacional, e quem se manifesta deveria nos dar este direito”, reivindicou no palco a professora Monica Cristina de Jesus Santa Rosa, da Escola Municipal João Marinho Falcão.
 
Uma das fundadoras do sindicato, Nerivalda Gonçalves, diretora da Escola Municipal Minhas Crianças, achou a situação desagradável. “Sou a favor da luta, porém não gostei da forma como foi realizada hoje. A manifestação poderia ter sido feita do lado de fora, afinal discutimos e lutamos para melhorar o trabalho do professor, mas viemos aqui para participar do evento e temos também esse direito”, diz a professora.
 
Elizeu Clementino de Souza é professor titular da Universidade do Estado da Bahia, com pós-doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, sócio e pesquisador da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação, bem como membro e sócio fundador do Colégio Internacional de Pesquisa Biográfica em Educação.
 
Uma professora que não quis se identificar considerou a manifestação uma falta de respeito e uma verdadeira confusão. “Não foi um momento adequado. A gente aceita vir para um lugar desse, se compromete com o evento e não foi isso que aconteceu. Foi uma falta de respeito, uma falta de educação “, afirmou.
 
A Secretária de Educação Jayana Ribeiro disse que a manifestação não foi uma atitude esperada da APLB, principalmente porque atrapalhou a continuidade da Jornada Pedagógica. “A gente fica envergonhado, eu sou da rede municipal professora concursada, fico triste com esse tipo de comportamento porque somos educadores e não é isso que a gente esperava. Porque se o professor tem esse tipo de reação aqui imagine o que está sendo pregado na sala de aula com os nossos alunos”, disse.
 
Segundo a secretária, a mobilização promoveu tumulto e inclusive o palestrante chegou a ser empurrado pelos manifestantes. Ela afirmou que o público entrou em consenso para continuar o evento, houve o convite para a APLB participar da mesa e dialogar, mas a representante da APLB, a professora Marlede Oliveira, se negou e o evento foi inviabilizado.

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