Invasão dos manifestant
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Uma manifestação realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) impediu temporariamente as atividades que estavam programadas para acontecer na manhã desta segunda-feira (01/02) durante a Jornada Pedagógica 2016 em Feira de Santana.
Reivindicando pautas da categoria a mobilização reuniu cerca de 16 pessoas que fizeram apitaço e gritos de guerra e interviram nas atividades da Jornada Pedagógica e na palestra do professor Eliseu Clementino. A manifestação chamou atenção do público que estava no local e dividiu opiniões sobre o assunto. Os integrantes da APLB se manifestaram pela reserva de 1/3 da carga horária para os professores do Ensino Fundamental Anos Iniciais e Educação Infantil, reivindicação que está sendo estudada pelo governo municipal com a possibilidade de ser implementada gradativamente na Rede.
“Este era um espaço que poderia potencializar a discussão para criar mais diálogos sobre o tema. Fui impedido de falar e achei a atitude equivocada e deselegante. Este embate, o impedimento da palestra, cria tensões desnecessárias, a própria Jornada abordaria os aspectos que eles estavam pleiteando”, defendeu o professor doutor Elizeu Clementino de Souza, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), impedido de proferir conferência, aos professores da Rede Municipal de Ensino.
Ele abordaria o tema central do evento: “Currículo escolar e suas interfaces com a aprendizagem: diálogos no contexto das políticas públicas educacionais”. O evento foi retomado à tarde.
Apesar das tentativas de dialogar com os manifestantes, a programação da manhã foi impossibilitada. “Sou professora da Rede e eu também quero a redução, mas hoje eu vim aqui para participar da programação da Jornada. Queria ouvir o que o palestrante tem a dizer, discutir sobre a Base Curricular Nacional, e quem se manifesta deveria nos dar este direito”, reivindicou no palco a professora Monica Cristina de Jesus Santa Rosa, da Escola Municipal João Marinho Falcão.
Uma das fundadoras do sindicato, Nerivalda Gonçalves, diretora da Escola Municipal Minhas Crianças, achou a situação desagradável. “Sou a favor da luta, porém não gostei da forma como foi realizada hoje. A manifestação poderia ter sido feita do lado de fora, afinal discutimos e lutamos para melhorar o trabalho do professor, mas viemos aqui para participar do evento e temos também esse direito”, diz a professora.
Elizeu Clementino de Souza é professor titular da Universidade do Estado da Bahia, com pós-doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, sócio e pesquisador da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação, bem como membro e sócio fundador do Colégio Internacional de Pesquisa Biográfica em Educação.
Uma professora que não quis se identificar considerou a manifestação uma falta de respeito e uma verdadeira confusão. “Não foi um momento adequado. A gente aceita vir para um lugar desse, se compromete com o evento e não foi isso que aconteceu. Foi uma falta de respeito, uma falta de educação “, afirmou.
A Secretária de Educação Jayana Ribeiro disse que a manifestação não foi uma atitude esperada da APLB, principalmente porque atrapalhou a continuidade da Jornada Pedagógica. “A gente fica envergonhado, eu sou da rede municipal professora concursada, fico triste com esse tipo de comportamento porque somos educadores e não é isso que a gente esperava. Porque se o professor tem esse tipo de reação aqui imagine o que está sendo pregado na sala de aula com os nossos alunos”, disse.
Segundo a secretária, a mobilização promoveu tumulto e inclusive o palestrante chegou a ser empurrado pelos manifestantes. Ela afirmou que o público entrou em consenso para continuar o evento, houve o convite para a APLB participar da mesa e dialogar, mas a representante da APLB, a professora Marlede Oliveira, se negou e o evento foi inviabilizado.
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