Visita
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Em uma das regiões mais negras do estado da Bahia, o Recôncavo, os estudantes do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Geraldo Dias de Souza, localizada no Distrito de Humildes em Feira de Santana, conheceram um dos palcos da resistência negra em Cachoeira. No bairro de maior população afrodescendente da cidade, o Rosarinho, os jovens estiveram na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, conhecida como Igreja do Rosarinho e também no Cemitério dos Pretos, que mesmo desativado, retrata a resistência dos negros no século XIX.
Segundo Leonardo Marques, da Pastoral do Turismo da Paróquia, o cemitério data de 1880 e surgiu para enterrar os negros africanos que não encontravam espaços para serem enterrados em outros cemitérios da cidade. “É o primeiro cemitério para africanos no Brasil, onde estão enterrados, na época tinha uma perseguição contra os negros não poderiam ser enterrados perto de brancos e aqui eles se distinguiram”, disse o guia, que acompanhou os estudantes na visita.
No local estão enterrados nomes como Jozé Maria Belchior, membro da irmandade dos Nagôs, que construíram igreja e cemitério. As terras foram doadas em um local alto da cidade. Há mais de 50 anos que não são realizados enterros no local, a não ser de familiares de pessoas que já foram enterradas ali. Como é o caso da IalorixáGaldina Silva, a Mãe Baratinha, que teve o enterro realizado em 2006.
“É mais um local histórico e ponto principal da cultura negra em Cachoeira. Isso aqui tudo remete à luta contra a escravidão, contra o preconceito ao negro”, finalizou Marques. Durante a visita, os estudantes, junto com o professor de Artes e História Reginaldo da Silva Santos , organizador da aula de campo, depositaram flores, em sinal de respeito, em alguns dos túmulos do Cemitério dos Pretos.
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