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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

HDPA será o primeiro hospital do interior da Bahia a realizar transplante de coração

Transplante
 O Hospital Dom Pedro de Alcântara, HDPA, mantido pela Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, acaba de ser credenciado para a realização de transplantes de coração. O transplante cardíaco é o único tratamento para a insuficiência cardíaca grave e a habilitação coloca Feira de Santana em destaque como a primeira cidade do interior da Bahia a oferecer esta cirurgia de alta complexidade. O primeiro transplante deverá ser realizado em dezembro de 2020.

Para oferecer este serviço de ponta, extremamente importante para toda a macrorregião de Feira de Santana, o Hospital Dom Pedro conta com a parceria com o Incardio, Instituto Nobre de Cardiologia. A portaria ministerial de habilitação foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 27 de agosto.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, até junho deste ano 260 pessoas aguardavam por um novo coração. Dentre estes pacientes, 44 são crianças. O tempo médio de espera varia de acordo com o estado de saúde e com o domicílio do paciente, podendo durar mais de um ano e meio.
 
Um fator importante, que inclusive chamou a atenção do Ministério da Saúde, é que o número de doações vem crescendo na Bahia. No entanto, a oferta da cirurgia é baixa no Estado, ao contrário do que acontece com outros transplantes, a exemplo do de rins.
 
“No caso do transplante de coração, os pacientes baianos têm que se deslocar para outros estados em busca de tratamento”, observa a médica Ivana de Lamonica, cirurgiã cardiovascular e responsável técnica pela equipe transplantadora. Até o momento, caso haja um doador na Bahia os corações estão sendo encaminhados para os estados de Pernambuco, Minas Gerais e até mesmo para São Paulo.
 
CIRURGIAS SERÃO FEITAS PELO SUS
As cirurgias serão realizadas pelo Sistema Único de Saúde, SUS, com incentivos dos governos federal e estadual. O processo de habilitação do hospital ganhou corpo a partir dos excelentes resultados obtidos pelo HDPA com os transplantes renais – desde 2015, quando começou a oferecer a cirurgia, a equipe médica do Dom Pedro já realizou 190 transplantes, tornando-se referência na Bahia nesta área.
 
O Dom Pedro/Incardio investiu nos últimos anos no serviço de alta complexidade de cardiologia, obtendo excelentes resultados em procedimentos cardiovasculares e cirurgias cardíacas. Com a habilitação para o transplante de coração, a instituição desponta como um grande centro de medicina para todo o Estado. A equipe de cirurgia cardiovascular vem se especializando e investindo em novas tecnologias, o que favoreceu também o processo de habilitação para a realização do transplante.
 
PROCESSO DE HABILITAÇÃO
O processo de habilitação do HDPA/Incardio começou em 2016 e vem cumprindo várias etapas. Recentemente, a Central Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, e o Sistema Estadual de Transplantes, da Secretaria de Saúde do Estado, visitaram as instalações do hospital para uma vistoria de toda a estrutura física. A unidade atendeu a todas as exigências, foi aprovada e consequentemente, já está credenciada para oferecer a cirurgia.
 
Em paralelo, o hospital foi também selecionado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, PROADI-SUS, para receber a tutoria do Hospital Sírio Libanês, responsável por um programa de treinamento para equipes transplantadoras em todo o Brasil. “A previsão é de que esse treinamento dure aproximadamente 18 meses e os primeiros pacientes possam ser incluídos na lista para transplantes a partir de setembro de 2020”, informa Dra. Ivana Delamonica.
 
Na avaliação do médico André Guimarães, chefe do setor de cirurgias do HDPA/Incardio, o credenciamento demostra como o hospital tornou-se moderno e apto a oferecer o serviço, investindo não apenas em tecnologia como também em formação para a equipe médica.
 
É bastante rigoroso o protocolo para a realização de transplantes cardíacos, uma vez que os pacientes em geral apresentam estado grave e necessitam de todo o cuidado e técnica, tudo assistido por uma equipe multidisciplinar. Até chegar a cirurgia propriamente dita, há várias etapas importantes, como a inclusão do paciente em  lista de transplante, identificação do doador, captação do órgão, transplante do órgão, recuperação do receptor e retorno desse indivíduo a sua vida produtiva.
 
Para a diretora geral do HDPA, Sandra Peggy, a habilitação é a maior conquista da Santa Casa de Feira de Santana. “Viemos de uma história de muito trabalho, profissionalismo e sucessos nos últimos anos. Já fomos credenciados para o serviço de alta complexidadade em oncologia, oferecido pela Unacon; cardiologia; para o transplante renal e agora, o de coração. Realmente, isto marca um novo patamar na nossa história”, avalia.
 

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