A programação da I Jornada Interinstitucional em Odontologia de Feira de Santana (JIOFS) seguiu durante a tarde desta segunda-feira, 24, com palestras sobre “Atendimento Odontológico ao Paciente Oncológico”, que são pacientes que se encontram fazendo tratamento de algum câncer. As palestras foram ministradas pela endodontista Joana Dourado e pela periodontista Angela Guimarães.
Na ocasião, as palestrantes chamaram atenção para as mudanças que surgem nos tratamentos quando se trata de um paciente com câncer “de cabeça e pescoço”, termo que abrange região da orofaringe, nasofaringe, boca, cavidade oral, glândulas salivares, entre outras, pois estes pacientes apresentam maior vulnerabilidade a agravamento de quadros de patologias bucais por conta do tratamento de radio e quimioterapia.
Estes pacientes precisam de atenção redobrada em diversos aspectos, como por exemplo a sua higiene bucal. Devem ser orientados pelos profissionais odontológicos quanto a técnicas de escovação, uso do fio dental, etc. O uso da prótese dentária não é recomendado por ser, em caso de higienização ineficaz, algo suscetível a infecções que podem resultar no desenvolvimento da candidíase.
Segundo Angela, até mesmo o uso de aparelho ortodôntico não é recomendado para pacientes com câncer de cabeça e pescoço. “Além de serem nichos bacterianos, eles trabalham movimentando os dentes e mudando a sua posição, e os ossos desses pacientes já não apresentam mais a mesma vitalidade, não dão a mesma resposta de nova formação por conta da radioterapia, e essa movimentação pode ser um fator agravante.”
Joana destacou a importância de se atentar para os casos destes pacientes. “Em caso de uma mucosite, que são ulscerações na região bucal, se ela atingir um estágio avançado, será necessário a interrupção do tratamento da quimioterapia, e como ela começa eliminando as células mais fracas, significa que as mais fortes ainda estarão lá quando este tratamento for interrompido, e são elas que irão se multiplicar.”
Angela também fez um apelo aos profissionais que se recusam a atender estes pacientes justamente por serem casos mais complicados. “O câncer, só em ser diagnosticado, já causa um grande impacto nas pessoas. Elas pensam o pior. Cada caso precisa ser estudado de maneira única e o acolhimento também é muito importante”, finaliza.
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