Cátia Raulino |
O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) acatou na segunda-feira (11) a denúncia do Ministério Público do estado (MP-BA) contra Cátia Raulino. Ela é investigada por plagiar trabalhos de ex-alunos em Salvador e também responde por uso de documento falso, estelionato e exercício irregular da profissão.
No documento, a juíza Virgínia Silveira Wanderley dos Santos Vieira afirma que existe prova da materialidade e indícios que constituem justa causa para o início da investigação criminal pelo Judiciário.
Ainda de acordo com o documento, Cátia Raulino tem o prazo de 10 dias para responder à acusação por escrito. Sendo necessário informar seu novo endereço, caso haja mudança.
Antes mesmo de acatar a denúncia do MP-BA, a Justiça já havia condenado a professora a pagar multa de R$ 5 mil por descumprir determinação judicial de suspender a publicação de um artigo assinado por ela, mas que teria sido plagiado de um ex-aluno.
A determinação da multa aconteceu mês passado, em 14 de dezembro de 2020, após o não cumprimento de uma ordem judicial que solicitava a retirada da publicação plagiada em setembro do mesmo ano.
Segundo a juíza Regina Helena e Silva, Cátia Raulino foi intimada e comprovou o envio de apenas um e-mail para a editora responsável pela publicação dentro do prazo estabelecido, tendo ainda encaminhado outros fora do período determinado pela Justiça.
Como Raulino teria cumprido a ordem parcialmente, a juíza entendeu que a determinação judicial foi descumprida.
Caso Raulino
Cátia (loira) ao lado de Lorena, que foi aluna dela e a denuncia por plágio em trabalho do curso de Direito ao fim de graduação em Salvador, na Bahia — Foto: Arquivo Pessoal
Cátia Raulino começou a ser investigada no mês de agosto, depois que ex-alunas do curso de Direito de uma faculdade particular de Salvador a denunciaram por plágio.
Em seu currículo, Cátia Raulino alega ser formada em Direito e que tem mestrado, doutorado e pós-doutorado, mas as universidades em que ela diz ter concluído os cursos negam que ela possua as formações.
Raulino chegou a apresentar documentos ao delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, que investiga o caso. No entanto, a professora nunca apresentou comprovação das graduações e títulos que ela afirma ter.
No começo das investigações, ela chegou a informar ao G1 que estava recolhendo documentos e que depois iria se pronunciar sobre o caso. Entretanto, depois disso, ela não falou mais com a imprensa.
Segundo as ex-alunas, elas tiveram os trabalhos de conclusão de curso incluídos em livro e revista e, nas publicações, a professora assinou os textos como dela, sem citar as então alunas.
Além disso, Raulino já atuou como professora e coordenadora de faculdades particulares da capital baiana. Ela costumava divulgar o trabalho dela nas redes sociais, entretanto um dos perfis, que tinha mais de 180 mil seguidores, foi desativado.
A Universidade Federal da Bahia (Ufba) chegou a refazer duas bancas de mestrado que tiveram a participação dela.
A mulher já trabalhou por cerca de um ano no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Através de nota, o TJ-BA informou que ela trabalhou no local entre fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, no cargo temporário de supervisor.
Informações do G1
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