O número de captações de órgãos no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) cresceu significativamente, somente neste final de semana ocorreram duas captações, em menos de 24 horas, o que é considerado pela equipe da Organização a Procura de Órgãos (OPO) um marco nunca antes ocorrido na unidade. Com as duas últimas captações, 9 pessoas foram beneficiadas. Os doadores foram do sexo masculino, o primeiro de 48 anos, evoluiu para Morte Encefálica (ME) em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico e doou coração, rins e córneas. O outro paciente tinha 52 anos, vítima de traumatismo craniano em decorrência de um acidente de moto, dele também foram captados rins, coração e córnea.
Os dados comparativos entre 2022 e 2023 mostram um avanço considerável, até o momento, no ano de 2023, já foram captados mais de 50% do número total de captações realizadas em 2022. De acordo com informações da OPO/HGCA, no ano passado foram realizadas 18 captações (08 múltiplos órgãos e 10 córneas), este ano até o mês de maio já foram captados 12 (05 múltiplos órgãos e 07 córneas), evidenciando um aumento expressivo nesse tipo de procedimento na unidade hospitalar, uma vez que ainda nem estamos no meio do ano.
Segundo Mirela Andrade, enfermeira da OPO/HGCA, no período de janeiro a maio de 2022, especificamente, ocorreram três doações de múltiplos órgãos e cinco doações de córneas. Já em 2023, até o dia 28 de maio, foram captados cinco múltiplos órgãos e seis doações de córneas. “Essa melhoria é um indicativo positivo para a saúde pública da Bahia, pois demonstra que mais pessoas terão a chance de receber um órgão vital para a sobrevivência. Esse fato também reflete o empenho e a eficiência das equipes envolvidas nesse processo. As duas últimas captações, em menos de 24 horas, foi um marco nunca antes ocorrido no HGCA”, pontuou a enfermeira.
Para a médica coordenadora da OPO de Feira de Santana, Elissama Sena, esse resultado é fruto de um trabalho árduo e contínuo, que envolve a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos. Elissama ressalta a necessidade de desmistificar as ideias equivocadas que a população em geral possui sobre o tema. “É fundamental explicar a seriedade do diagnóstico de Morte Encefálica (ME) e a oportunidade de transformar a morte em vida, mesmo em momentos de dor extrema. Ao optar pela doação, uma família pode salvar até oito vidas com esse gesto generoso. No entanto, apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem enfrentados, principalmente quando se trata da negativa familiar. A negativa é uma das principais causas da não captação de órgãos, o que destaca a importância de os doadores informarem sua decisão à família em vida. Esse diálogo é essencial para garantir que os desejos do doador sejam mantidos, mesmo após seu falecimento”, disse a médica.
Ainda segundo a Elissama, o aumento de captação de órgãos no HGCA é um reflexo desse trabalho conjunto entre profissionais de saúde, famílias doadoras e receptores. “A conscientização sobre a doação de órgãos não se restringe apenas ao hospital, mas se estende a toda a comunidade. É necessário que cada indivíduo compreenda a importância desse gesto altruístico e discuta sobre suas vontades com seus entes queridos. Afinal, doar órgãos é fornecer uma segunda chance de vida a alguém que depende dessa ajuda para sobreviver. A mudança começa com cada um de nós. Informe-se, converse com sua família e manifeste sua vontade de ser um doador de órgãos. Um gesto tão simples pode fazer toda a diferença na vida de outra pessoa”, afirmou a médica.
Para a diretora-geral do HGCA, Cristiana França, essa marca de mais de 50% do número total de captações de 2022 já alcançadas até maio demonstra não apenas a eficácia das ações de conscientização e divulgação, mas também o trabalho dedicado das equipes médicas, psicologia e de enfermagem envolvidas no processo de captação de órgãos no HGCA. “O comprometimento desses profissionais é essencial para garantir que todo o procedimento seja conduzido de maneira segura e eficiente. Esse progresso alcançado até agora no ano de 2023 é motivo de celebração, pois significa que mais vidas estão sendo salvas e transformadas através da doação de órgãos. No entanto, é fundamental ressaltar que ainda há uma demanda considerável por órgãos e que a conscientização deve continuar para alcançar um número cada vez maior de doadores e transplantes bem-sucedidos”, sinalizou Cristiana.
Sobre a negativa familiar
Na opinião da médica coordenadora da OPO, Elissama Sena, é preciso ressaltar que, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer. A negativa familiar continua sendo um desafio a ser superado, tornando essencial que os doadores manifestem sua vontade em vida de doar órgãos, informando suas famílias sobre essa decisão. A conscientização e a desmistificação da doação de órgãos são fundamentais para combater as barreiras e os mitos que envolvem esse assunto.
“A dedicação e competência das equipes envolvidas, aliadas à conscientização da comunidade, são pilares fundamentais para continuar a aumentar a captação de órgãos e oferecer uma nova oportunidade de vida para aqueles que aguardam ansiosamente por um transplante”, garantiu a médica informando que o aumento na captação de órgãos no Hospital Clériston Andrade é um passo importante para salvar vidas. No entanto, é fundamental continuar promovendo a conscientização e incentivando a doação de órgãos, pois ainda há muitas pessoas na lista de espera por um transplante.
Informações e fotos: ASCOM/HGCA
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