Uma das manifestações culturais mais antigas de Feira de Santana, o
Reisado de São Vicente, no distrito de Tiquaruçu, está completando dois
séculos de existência com o mesmo vigor de quem está começando uma
tradição. O cortejo desfilou na tarde deste domingo, 08, na sede do
distrito, atraindo uma multidão de sambadores que mantêm viva uma das
manifestações da cultura de raiz mais expressivas no município.
A festa de Santos Reis, do Reisado de São Vicente, alimentada pela
cultura popular passada através de gerações, ganha impulso ao ser
incorporada ao calendário oficial de festejos populares e receber
incentivos do Governo Municipal. E vem sendo revigorada com a inclusão
de jovens que abraçam a cultura, passada de pais para filhos, e que se
misturam aos mais velhos, absorvendo a tradição.
Após o tradicional aquecimento na sede da Organização Cultural e
Artística Reisado de São Vicente (Orcare), onde sambadores do Reisado se
misturaram às pessoas da comunidade no ritmo frenético do samba de
roda, o cortejo sugiu a ladeira, percorreu a praça e mostrou toda a
performance no palco.
No local, a antiga participante do grupo cultural Gigi de Antônio
Lazinho lembrou de seus esforços para preparar a nova geração de
sambadoras. “Estamos no palco para agradecer a vocês por serem fiéis ao
Reisado de São Vicente. Quem não valoriza a cultura é porque não conhece
os valores desta manifestação cultural”, frisou.
Aos 75 anos, Anísio Bispo do Nascimento é um dos membros mais antigos
do Reisado de São Vicente e enquanto toca pandeiro mostra que ainda tem
todo vigor físico para um bom samba de roda. “É uma tradição da qual
participo desde criança e que estou passado para as novas gerações”,
afirmou.
Um dos organizadores do evento, José Clóves Cerqueira, ressaltou a
importância de se manter a tradição, tanto pela preservação da cultura
de raiz como também para fortalecer a história de um povo. “A cultura é a
principal característica de um povo e é justamente por isto que o
Governo Municipal vem investindo na preservação do Reisado de São
Vicente”, observou.
A mesma opinião é de Solange Oliveira, que aproveitou os festejos de
São Vicente para ganhar um dinheiro extra explorando seus dotes
culinários. Comercializou quentinhas durante o evento e retorna para
casa satisfeita com os resultados. “É a primeira vez que participo do
evento e percebo quanto a nossa cultura é rica e o quanto movimenta a
economia”.
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