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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Modelo de assistência em saúde mental tem sofrido distorção, diz psiquiatra

Saúde mental
 Os novos rumos da psiquiatria apontam que o tratamento para o portador de transtornos mentais deve ser centrado não apenas no modelo hospitalar, mas, principalmente, no tratamento comunitário, prestado pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Contudo, o primeiro não deixará de existir.

 O assunto foi discutido na manhã desta terça-feira, 14, durante palestra no simpósio “Saúde Mental na Contemporaneidade”, que prossegue até esta quarta-feira, 15, no teatro do Centro de Cultura Amélio Amorim. A secretária de Saúde, Denise Mascarenhas, e a chefe de Gabinete, Patrícia Falcão, estiveram presentes na solenidade de abertura. Ainda, a coordenadora da Rede de Saúde Mental, Robervânia Cunha.
 
O médico psiquiatra Lauro Reis destacou que a política de assistência em saúde mental sofreu alteração a partir da lei 10.216/01 – o Dia de Saúde Mental (10 de outubro) foi instituído para marcar o avanço na legislação – a qual “protege os pacientes em seus direitos e redireciona o modelo de atenção aos portadores de transtornos mentais”.
 
Essa lei, no entanto, afirma o psiquiatra, tem sofrido distorções. “O hospital especializado não vai deixar de existir. Continuará sendo instrumento para tratar o paciente, embora seja o último recurso”, diz. “Há pessoas que necessitam de acompanhamento mais intensivo e que só é prestado no hospital”, acrescenta.
 
Lauro Reis ressaltou que a Organização Mundial de Saúde Mental preconiza que existam 0,45 leitos para cada 100 mil habitantes. No Canadá – referência no assunto – há 1,9 leitos para essa população. Enquanto isso, conforme Lauro Reis, no Brasil a quantidade de leitos é de 0,21 para cada 100 mil habitantes, ou seja, insuficiente ao que é preconizado. “Ambos os modelos – hospitalocêntrico e capscêntrico – devem se complementar e não um excluir o outro. Os Caps são mais um recurso”, disse.
 
Programação
 
Ainda na manhã desta terça-feira, o simpósio contou com a palestra do psicólogo Ângelo Daltro. Ele abordou “A terapia cognitiva no tratamento dos transtornos mentais”. Já no período da tarde estão previstas as palestras “Autismo e Transtorno de Atenção”, com a terapeuta ocupacional Mirella Queiroz, a partir das 14; “Terapia Comunitária”, com a psicóloga Joseane Mendes, às 15h, e “Vínculos Familiares e Esquizofrenia”, com o assistente social Alfredo Barbosa, às 16h.
 
Participam funcionários da Rede Municipal de Saúde Mental, profissionais de saúde e estudantes. “Esse é um encontro de atualização com relação aos avanços na assistência ao paciente com transtornos mentais, no sentido de assegurar-lhes, cada vez mais, o melhor tratamento e acompanhamento”, frisou a secretária de Saúde, Denise Mascarenhas, que parabenizou toda a equipe pelo trabalho que vem desenvolvendo no município. 

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