O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), afirmou
na tarde desta terça-feira (08/11) que não pretende se afastar do comando da
pasta, alvo de denúncias de irregularidades.
"Alguns acharam que era melhor que eu tivesse
saído. Para me tirar, só abatido a bala. Tem de ser uma bala pesada, porque sou
pesadão", afirmou o ministro após reunião com parlamentares do PDT na sede
do partido.
Reportagem publicada neste fim de semana pela
revista "Veja" aponta envolvimento de funcionários da pasta em um
suposto esquema de desvio de recursos de convênios com entidades privadas. Por
conta das denúncias, Carlos Lupi afastou no sábado (5) o coordenador de
qualificação do ministério.
O ministro se reuniu nesta terça por cerca de três
horas com parlamentares do partido e, após o encontro, falou com a imprensa
sobre as acusações.
Lupi disse que não teve seu nome envolvido nas denúncias.
"Eu desafio aparecer o nome de Carlos Lupi em qualquer ato de corrupção.
Eu tenho minha consciência tranquila. Por isso, eu fui na Procuradoria Geral,
na Polícia Federal. Eu desafio."
O ministro afirmou também "duvidar" que a
presidente Dilma o afaste do cargo devido às denúncias de corrupção envolvendo
a pasta. "Eu duvido [que ela me tire], pela confiança que ela me tem. Eu
acho pouco provável."
Ele voltou a defender investigações que apurem as
irregularidades na pasta. "Eu não sairei do ministério enquanto não tiver
provado, comprovado, a participação de alguém ou a inocência deste",
disse.
Segundo Lupi, o principal atingido pelas denúncias
é o PDT. "Eu já apresentei parte das respostas e eu estive agora com toda
a bancada do partido onde todos consideram que o principal atingido não é minha
figura pessoal. É o partido. Eu não ficarei tranquilo e sossegado enquanto tudo
não ficar apurado", disse.
Investigação
Três parlamentares do PDT protocolaram nesta terça
(8) pedido de abertura de inquérito policial para apurar as denúncias de desvio
de verba envolvendo o Ministério do Trabalho. O pedido é assinado pelos
deputados Miro Teixeira (RJ) e Reguffe (DF) e senador Pedro Taques (MT).
No pedido, encaminhado ao procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, os parlamentares pedem que seja investigada a
denúncia publicada na revista "Veja". Os pedetistas também solicitam
apuração em relação a uma auditoria feita no ministério pelo Tribunal de Contas
da União (TCU), que aponta "situação crítica" na pasta em razão da
demora para análise de prestação de contas.
Gurgel afirmou que não há indícios do envolvimento de Lupi na denúncia
sobre um suposto esquema de cobrança de propina. Segundo Gurgel, caso a
apuração não revele indícios contra o ministro, a denúncia publicada pela
revista “Veja” do último final de semana será investigada pela Procuradoria da
República no Distrito Federal.
“Por enquanto, os elementos dizem respeito a
irregularidades em programas do Ministério do Trabalho, mas não apontam, pelo
menos neste primeiro momento, o envolvimento direto do ministro”, disse o
procurador-geral.
Informações e fotos do G1
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