Racismo, história do teatro baiano, valorização dos espaços culturais e dos diversos tipos de teatros. Esses foram temas bastante discutidos na viagem que as turmas de oficina de teatro adulto do Programa Arte de Viver fizeram à Salvador na última sexta-feira, 25 de agosto.
Trocando por um dia a sala de aula do Espaço Cultural Maestro Miro em Feira de Santana pela plateia do Teatro Vila Velha na capital baiana, os alunos assistiram ao espetáculo "Cabaré da Raça", do grupo teatral "Bando de Teatro Olodum". A peça, que está em cartaz há vinte anos, leva ao espectador de forma didática, interativa e irônica, questionamentos importantes para os processos de desconstrução do racismo e fala sobre o que é ser negro no Brasil.
As turmas fizeram também visitas técnicas ao Teatro Castro Alves, Teatro Gamboa e à Escola de Teatro da UFBA, onde tiveram a oportunidade de conhecer sobre as histórias desses importantes equipamentos da cultura baiana, além de explorar suas estruturas internas.
Karina de Faria, professora que ministra as oficinas, afirmou a relevância cultural baiana do Bando de Teatro Olodum, “um grupo que merece ser reconhecido pela sua técnica, pelo seu conteúdo, e pela sua força política e simbólica”. Karina também falou também sobre a importância de atividades como essa na formação do ator.
"Eu não acredito que a formação seja feita só em sala de aula. O teatro, na minha visão, é muito mais abrangente, envolve reconhecimento de que a cultura teatral é muito maior. Existem outros modelos de teatros. Trazer os alunos é uma atitude não apenas artística, mas cidadã e de formação humana”, pontuou.
Vanda Borges, uma das alunas da oficina, concordou com a professora. Segundo ela, “a experiência é única”, pois “conhecer o TCA e ver um teatro daquele porte, saber o que a gente tem e que muitas vezes não sabe nem valorizar, é muito importante. Para a gente que está ingressando no meio, é muito importante”, concluiu.
O programa Arte de Viver é um projeto cultural promovido no Maestro Miro pela Fundação Egberto Costa desde 2001 que oferece à população feirense oficinas nas mais diversas áreas artísticas/culturais.
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