Grandes, pequenos, claros, escuros. Bem arreados – selas de primeira, peitorais e rédeas brilhando. Burros de várias cidades baianas e de outros estados mostraram o que se aproxima de melhor há na raça durante o 9ª Encontro de Muares de Feira de Santana. Os conjuntos percorreram as principais ruas e avenidas do centro.
E os muladeiros, apaixonados pela raça, montam orgulhosamente seus animais e percorrem longas distâncias para participar destes eventos. Exibem as ditas “mulas de patrão”, aquelas de passadas macias que são montadas em eventos especiais. E o encontro de Feira de Santana é um dos maiores da Bahia – se não o maior deles.
Seguiram aboiadores, que estavam em um minitrio. Os burros e mulas, resultado híbrido do cruzamento de um jumento com uma égua, é uma raça com predominância nordestina, que detém 36% de todo o rebanho nacional. E a Bahia é destacada neste setor, não apenas pela quantidade destes animais, mas pela qualidade genética deles.
Bons animais não são colocados a venda, diz criador
Há mais de 40 anos no ramo, Renato Alencar, de Santo Amaro, disse que criar estes animais não é uma ciência exata. “Necessariamente um animal bonito vai gerar descendentes semelhantes”, ensina. O segredo está no estudo da genealogia. “Um jumento não muito bonito pode gerar bons filhos marchadores”. Outro conselho: “não se compra mula que lhe é oferecida”. Bons animais, diz o criador, não são colocados à venda.
Segundo ele, entre as mulas há uma predominância baiana, mas alguns estados, como Minas Gerais, tem mais tradição na criação destes animais. O cruzamento com campolina, dizem especialistas, produz animais grandes, bonitos; com mangalarga saem animais de pista e machadeiras, e cruzamento com quarto de milha produz animais usados em vaquejada.
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