Aos 93 anos, dona Margarida deslizou sobre as sapatilhas durante todo o show. Dona Heloísa, que há muito já passou dos 70, é outra que não perde uma festa, e também mostrou que ainda tem muita animação e alegria. Deficiente visual, Eliel da Bala de Gengibre gosta de dançar reggae. Pedro Paulo deixou as muletas de lado para cair na folia.
Outros foliões mais jovens, mas que já apresentam parte da cabeleira grisalha, também entraram de cabeça na dança. Voltaram a viver um período das suas vidas – coisa que a música traz sem traumas.
São muitas as tribos que buscaram – e encontraram – diversão no MAP (Mercado de Arte Popular), em, mais uma tarde de arerê, neste sábado, 17, na terceira e penúltima edição do projeto Ensaios da Micareta. Os foliões literalmente balançaram o chão do centenário MAP. No palco, Djalma Ferreira recebeu os componentes do grupo Outros Baianos, Janno e Tanny Brazil.
E quem esteve colado no palco não se importou com o politicamente correto e dançou a valer com músicas cujas letras falam de “Maria Sapatão”, “O teu cabelo não nega” e “Cabeleira do Zezé”. Também pularam ao som de músicas baianas pré-axé e muitas outras que fizeram grande sucesso coisa de 20 anos – mas que não saem da cabeça dos foliões.
Pedro Paulo junta os indicadores – um sobre a unha do outro, para mostrar como é a sua coluna. “Mas o período que passei me tratando em Salvador, um dos exercícios era justamente dançar”. Conhecida pé-de-valsa, dona Margarida gostou do reggae, axé, ijexá. “Tudo que tocar eu danço”. E o fez durante horas, para espanto dos mais jovens.
Antônio Carlos Coelho, que preside a Fundação Cultural Egberto Costa, que promove o evento, disse que os resultados do projeto estão acima do esperado. “A cada sábado aumenta o número de pessoas participando, dançando”. No próximo sábado se apresentarão Djalma e os convidados, no encerramento do projeto, que conta com o apoio da Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, por meio do Departamento de Eventos.
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