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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Idosos na pista: e como eles gostam de forrozear


Sozinhos, como dona Maria Aparecida, ou agarradinhos, como o casal Luiz Barbosa Ferreira e Delci Gonçalves Ferreira, ou avulso, a exemplo de José Ferreira Gama. É grande a presença de idosos e de casais que já passaram dos 50 que se divertem no grande salão do Arraiá do Comércio.
E nestas horas as dores no corpo que chegam com o avançar da idade são neutralizadas por generosas doses de endorfina e outros hormônios da felicidade, da alegria. A disposição para a dança é evidente. 
Além da disposição para a gastar energia durante algumas horas, todos tem em comum a admiração pelo forró tradicional, também conhecido como pé-de-serra, onde não entra a ‘modernagem’ trilhada pelo ritmo nos últimos anos.
Luiz e Delci mantém o rojão. Não perdem uma música sequer. “A gente vem aqui todos os anos e todas as noites”, afirma Luiz. “A gente dança do começo ao fim”, diz a mulher, enquanto enxugava o suor, que corria abundante pela testa, com um guardanapo de papel.
Dizem que apenas param de dançar nos intervalos para a troca dos músicos, que acontece duas, três vezes durante o arrasta-pé. Afirmam que não cansam e que a alegria, o gosto pelo forró, os motivam para que voltem à praça do Fórum no dia seguinte.
Disposição de menino
Policial aposentado e dono de casa de autopeças, José Ferreira Gama,  mostra uma disposição de menino. Calça de linho branca, camisa e sapatos sociais. A formalidade não o impede de gastar energia com passos diferentes do forró tradicional. A coreografia chama a atenção.
E o homem dança com uma jovem, com outra e lá vai rodando o salão com a terceira. “O que tocar eu danço”, gaba-se. “É difícil me acompanhar porque não é todo mundo que dança igual a mim”. Uma quarta jovem pediu que dançasse com ela.
 
Depois de alguns minutos, a mulher foi dispensada, no meio do salão. Leitura labial: “ela não sabe dançar”, confidenciou a amiga Iramar dos Santos, parceira de muitas músicas, que a tirou para dançar. O homem é um arretado.
Dançar só também garante diversão
Dona Maria Aparecida não perde tempo e rodopia sozinha ou com amigas. “Gosto de dançar, de me divertir e adoro um forrozinho”, declarou. Já chegando aos 70, demonstra energia de uma mulher bem mais jovem. “A gente da um jeito para dançar”. A alegria, a vontade de viver, os movem.


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