Programa revela as belezas de Feira de Santana e do Recôncavo
O Caminhos da Reportagem “Pedra do Cavalo: uma viagem do Recôncavo ao Portal do Sertão” produzido pela TV Feira, afiliada da TV Brasil, leva o telespectador a uma viagem pelo interior da Bahia. O programa mostra o gigantesco reservatório de água doce localizado no coração do Recôncavo baiano, na cidade de Cachoeira.
As águas represadas pela construção da barragem de Pedra do Cavalo, criaram um lago formado por dois importantes rios da Bahia, o Jacuípe e o Paraguaçu que além de fornecer água potável e energia elétrica para 4 milhões de pessoas, ainda revela um enorme potencial ecológico, turístico abrindo espaço para a pesca esportiva e a prática de esportes aquáticos como o jet ski, caiaque, vela e skysurf.
O entorno da barragem cercado pela caatinga e pela mata atlântica é uma Área de Proteção Ambiental.
A exploração de pescados para fins comerciais e a pesca artesanal ocorrem em todo o lago de Pedra do Cavalo. Ali, o pescador Lucivaldo Pedreira mostra satisfação com os projetos de apoio aos pescadores.
O programa ainda revela como as cidades históricas do Recôncavo se desenvolveram em torno dessa barragem. É o caso de Cachoeira e sua irmã São Félix separadas apenas pelo rio Paraguaçu. As duas cidades são dois importantes patrimônios históricos, não apenas da Bahia, mas de todo o Brasil.
O historiador Jacó dos Santos explica porque a região tem esse importante legado. “Foi aqui em Cachoeira que aconteceu o primeiro passo para a independência do Brasil, no dia 25 de junho de 1822. Foi o momento em que os portugueses ainda resistiram na Bahia”, afirma.
“Inclusive porque aqui, o Dom Pedro I foi aclamado Imperador e defensor perpétuo do Brasil”, argumenta.
Segundo o historiador, no século XIX, o Recôncavo da Bahia tinha mais de 40 engenhos, cujas ruínas ainda resistem ao tempo, como é o caso da Casa Grande do Engenho Vitória mostrada na reportagem. Não é à toa que Cachoeira é considerada a cidade mais negra da Bahia e do Brasil, mantendo vários terreiros de candomblé e umbanda que entram no circuito do turismo religioso, alguns, inclusive tombados pelo patrimônio imaterial.
O episódio também mostra que entre Cachoeira e Feira de Santana está a cidade de Cabaceiras do Paraguaçu, onde nasceu Castro Alves, o poeta dos escravos. Ali, a casa onde ele viveu na infância foi transformada em museu que já reabriu as portas aos visitantes depois de ficar fechada por meses durante a pandemia. Diogenisa Oliva, coordenadora do Parque Histórico Castro Alves, fala com orgulho da preservação da memória do escritor.
“Nós temos uma gravata, que foi guardada antes da morte dele, temos um cachinho de cabelo, uma cômoda papeleira e uns manuscritos dele do livro dos escravos”. E complementa: “Ele era um artista completo, escreveu peças de teatro e desenhava muito bem”, explica Diogenisa apontando a pintura de Castro Alves na parede do museu.
Por fim, o episódio revela as belezas de Feira de Santana. Conhecida como a Princesa do Sertão, apelido dado por Rui Barbosa é a maior cidade do interior da Bahia e uma das mais importantes do interior do nordeste. A região mantém fortes tradições. Algumas com mais de 100 anos como o Reisado de São Vicente, festejado no Dia de Reis. Também foi ali que samba de roda do Recôncavo ganhou um sotaque sertanejo e rompeu fronteiras.
Representante do grupo de cultura popular Quixabeira da Matinha, Galdino Oliveira, conhecido como Guda, explica como seu pai, o saudoso Coleirinho da Bahia, popularizou o samba de roda. “O samba de roda só era visto na zona rural, que a gente costuma falar, dentro da roça. E ele pegou esse samba e começou a levar para apresentar nas cidades e depois para as capitais. E graças a Deus hoje, esse samba está no mundo”, conclui orgulhoso.
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