Das doze escolas municipais que participaram, cinco foram premiadas
As consequências do trabalho infantil, garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes e acesso à educação foram demonstradas de forma literária, artística e cultural, na culminância municipal do projeto “Resgate à Infância - MPT na Escola”. Os melhores trabalhos de desenho, música, poesia e conto, feitos por estudantes de cinco das doze escolas municipais que participaram, foram premiados nesta quinta-feira (17), no Centro Municipal Integrado de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva.
“Toda família precisa aprender que a tarefa de criança é estudar e crescer. A escola é prioridade, nada de trabalhar, nessa idade temos órgãos para nos defender”, cantou Alana Klara da Silva, do 5º ano, da Escola Municipal Celso Ribeiro Daltro (Queimadinha), que ganhou o primeiro lugar na categoria música.
A estudante ainda destacou na letra a educação, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Ministério Público do Trabalho, como importantes ferramentas para garantir uma infância saudável e com seus direitos assegurados. Ela contou que alguns colegas trabalham na rua e não estudam, “um já foi até atropelado. Eu realmente não sabia que só poderia trabalhar a partir dos 14 anos como menor aprendiz. Agora vou alertar a todos, porque o lugar de criança é aprendendo e brincando”.
Assim como a música de Alana, mais quatorze trabalhos (três de cada gênero) foram premiados durante o evento; o projeto acontece em três etapas: municipal, estadual e nacional.
Além da composição, os estudantes produziram poesias (Grupo 1 e 2), contos e desenhos. Das doze escolas municipais participantes, cinco foram finalistas: Oyama Figueiredo, Celso Ribeiro Daltro, Professor Joselito Falcão de Amorim, Doutor Clóvis Ramos Lima e Lídice Antunes.
Na poesia, a Escola Municipal Doutor Clóvis Ramos Lima, que fica no bairro Parque Ipê, foi o destaque da tarde de premiação. Esta foi a categoria mais escolhida entre os alunos participantes; mesmo assim, todos os três finalistas foram da escola. Um orgulho para a diretora Carla Magda Cotardo.
“É muito emocionante, porque assim na prática a gente percebe como eles têm conhecimento sobre o tema e ainda trouxeram isso em forma de poesia, de maneira muito bonita e contextualizada. Conseguiram falar da constituição e problemas sociais que percebem no dia a dia deles, isso foi muito importante”, disse com entusiasmo.
Para a secretária de Educação, professora Anaci Paim, “esses estímulos, como a aplicação do projeto nas escolas, são incentivos para o desenvolvimento do aluno em diversas áreas e uma forma eficaz de tornar o combate ao trabalho infantil cada vez mais efetivo”.
Parceria entre instituições públicas
Esta é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com as Secretarias Municipais de Educação e Desenvolvimento Social. A ação é desenvolvida em todo o país e tem o intuito de conscientizar a população, através do olhar dos estudantes. Os trabalhos vencedores da etapa municipal vão concorrer a nível estadual.
“Estamos na terceira edição do projeto MPT na Escola em Feira de Santana, uma importante parceria com a Prefeitura para garantir políticas públicas e ações com órgãos públicos para combater o trabalho infantil e estimular a profissionalização dos adolescentes de forma correta - a partir dos 14 anos e com os direitos garantidos”, pontuou a Procuradora do Trabalho, Annelise Fonseca Pereira.
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