O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, apresentou
neste domingo (4) o seu pedido de exoneração, informou sua assessoria de
imprensa. Em seu lugar, ficará interinamente, segundo o Palácio do Planalto, o
secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto Pinto.
Com a saída, Lupi encerra uma trajetória que teve
início em março de 2007, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Por indicação do PDT, permaneceu no cargo no começo do governo Dilma
Rousseff, em 2011.
saiba
mais
- Leia a nota oficial sobre a saída de Lupi
- Comissão enviará explicações sobre Lupi na segunda a
Dilma
- Indagada sobre Lupi, Dilma afirma que não é
propriamente 'romântica'
Lupi diz que sofreu "perseguição política e
pessoal da mídia". "Tendo em vista a perseguição política e pessoal
da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas;
levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da
República – que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário
sem me dar direito de defesa -- decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em
caráter irrevogável", informou, por meio de nota à imprensa.
6º a cair após suspeitas de irregularidades
Ele é o sétimo ministro a não completar o primeiro
ano do mandato da presidente Dilma, sendo o sexto a cair após denúncias de
irregularidades. Antes dele, já deixaram o cargo: Antonio Palocci (Casa Civil),
Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Pedro Novais
(Turismo), Wagner Rossi (Agricultura) e Orlando Silva (Esportes).
As denúncias contra o ministro Lupi começaram há cerca de um mês, no começo de novembro, quando surgiu a informação de que haveria um esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores.
As denúncias contra o ministro Lupi começaram há cerca de um mês, no começo de novembro, quando surgiu a informação de que haveria um esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores.
Em 12 de novembro, reportagem a revista Veja
informou que ele teria utilizado um avião alugado por um empresário dono de
ONG, que, por sua vez, tem contratos com o Ministério do Trabalho. Até hoje,
ainda não foi esclarecido quem pagou pelo avião.
Além disso, outra denúncia, de que ele teria
trabalhado, durante cinco anos, na Câmara Municipal do Rio e, ao mesmo tempo,
seria funcionário-fantasma na Câmara dos Deputados, também complicou sua vida.
A Procuradoria-Geral da República diz que acúmulo de cargos públicos, em tese,
é crime.
Comissão de Ética da Presidência
Lupi também deixa a pasta após a Comissão de Ética da Presidência da República ter recomendado sua demissão. Para os integrantes da Comissão de Ética da Presidência, as explicações do ministro do Trabalho não foram satisfatórias, pois ele não conseguiu informar quem pagou pelo avião particular usado por ele em uma viagem ao Maranhão, em 2009.
Lupi também deixa a pasta após a Comissão de Ética da Presidência da República ter recomendado sua demissão. Para os integrantes da Comissão de Ética da Presidência, as explicações do ministro do Trabalho não foram satisfatórias, pois ele não conseguiu informar quem pagou pelo avião particular usado por ele em uma viagem ao Maranhão, em 2009.
O
colegiado recomendou à presidente a exoneração de Lupi do cargo porque
classificou como “insatisfatórias” as explicações dadas pelo ministro às
diversas acusações que vêm sofrendo. Marília Muricy, da Comissão de Ética,
afirmou, em relatório, que “é inequívoca a falta de zelo na conduta do
denunciado” e destacou que, “mesmo alertado pelos órgãos de controle, não tomou
medidas hábeis para evitar as ocorrências que hoje culminam como uma enxurrada
de denúncias”.
Declarações
polêmicas
Dono de estilo próprio, Lupi tem por costume dar declarações polêmicas. Recentemente, disse que só sairia do cargo "abatido à bala", o que não foi bem recebido no Palácio do Planalto. No dia seguinte, se desculpou com a presidente Dilma Rousseff. "Presidente, desculpe se eu fui agressivo, não foi minha intenção, eu te amo", declarou na ocasião.
Carlos Lupi, que já foi jornaleiro em Ipanema e que se diz herdeiro do brizolismo, deixa o cargo com a marca de milhões de empregos atingidos. Durante sua gestão no Ministério do Trabalho, colheu números altos na criação de empregos formais por conta do forte ritmo de crescimento da economia brasileira e da formalização de microempreendedores. Entre 2007 e outubro de 2011, foram criados mais de oito milhões de empregos com carteira assinada.
Dono de estilo próprio, Lupi tem por costume dar declarações polêmicas. Recentemente, disse que só sairia do cargo "abatido à bala", o que não foi bem recebido no Palácio do Planalto. No dia seguinte, se desculpou com a presidente Dilma Rousseff. "Presidente, desculpe se eu fui agressivo, não foi minha intenção, eu te amo", declarou na ocasião.
Carlos Lupi, que já foi jornaleiro em Ipanema e que se diz herdeiro do brizolismo, deixa o cargo com a marca de milhões de empregos atingidos. Durante sua gestão no Ministério do Trabalho, colheu números altos na criação de empregos formais por conta do forte ritmo de crescimento da economia brasileira e da formalização de microempreendedores. Entre 2007 e outubro de 2011, foram criados mais de oito milhões de empregos com carteira assinada.
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