A poeira subiu e se espalhou na área próxima ao palco do Mercado de Arte Popular, nesta segunda-feira, 22. No entreposto turístico foi realizada pela primeira vez uma das mais tradicionais manifestações da cultura da zona rural: a bata do feijão.
Agricultoras da Caboronga, povoado de Bonfim de Feira, participaram da atividade, como primeira programação da Semana do Folclore do MAP. E soltaram a voz em cantigas simples, que mostram a lida nas lavouras e atividades outras ligadas ao campo.
A bata do feijão é um momento dos agricultores celebrar, comemorar e agradecer pela boa colheita. Para tanto, reúnem familiares e vizinhos no terreiro da casa, e, com varas batem nas vagens secas até que os caroços caiam no chão.
O feijão foi trazido do povoado de Carro Quebrado, em Maria Quitéria. Depois da bata, foi cessado – que é a retirada das pequenas partículas usando uma peneira, e colocado num saco.
A bata do feijão foi assistida por muitas pessoas, inclusive algumas crianças disseram que nunca tinham visto a manifestação. “É uma tradição na roça mas que a grande maioria de quem vive na cidade desconhece”, disse a dona de casa Perolina da Conceição. “Daí a importância de uma apresentação como esta”.
As canções foram acompanhadas por um grupo de forrozeiros, também da Caboronga. De acordo com o sanfoneiro Rufino, o pé-de-bode que usou na apresentação teria mais de cem anos. “Mais de quarenta tem na minha mão”.
Nesta manhã ainda se apresentaram outros grupos, como de samba de roda e de reisado, da Caboronga. Exceto na terça e sexta-feira, todos os dias da semana acontecerão atividades no MAP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário