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terça-feira, 15 de outubro de 2019

Professora que vendeu um carro para construir escola para a comunidade exalta o papel da arte na educação

Maria Eunice
 O que é preciso para proporcionar educação? Para a professora Maria Eunice de Macedo foi necessário apenas uma lona e alguns piquetes para dar o ponta pé inicial neste sonho. Foi assim que a fundadora da Escola Santo Expedito começou o trabalho de alfabetização de crianças e adolescentes do bairro Parque Lagoa Subaé.

“A escola surgiu da necessidade de uma comunidade. Era pra ser um projeto de alguns dias, mas quando vi a quantidade de crianças e adolescentes sem serem alfabetizados fiquei muito preocupada com a situação. Foi quando comecei a alfabetizar esses alunos que tinham por volta de 9 a 16 anos”, conta a professora.

O trabalho ganhou uma proporção tão grande que de alguns poucos alunos que tinha, logo Maria Eunice estava com cerca de 460 estudantes em sua sala de aula improvisada. Sem ter espaço e estrutura para tantos alunos, a professora tomou uma decisão surpreendente. “Quando surgiu um terreno em frente ao local que estávamos não pensei duas vezes, vendi meu carro, comprei esse espaço e montei o que hoje é a Escola Santo Expedito", revela. "A escola foi toda construída pela comunidade. Começamos com 3 salas e hoje estamos com 10”, acrescenta. 
 
O trabalho vem sendo feito há 22 anos, e a Escola, que passou recentemente por uma reforma realizada em parceria entre a Prefeitura Municipal, Colégio Helyos e o Comitê de Cidadania do Banco do Brasil, hoje recebe também aulas de teatro, ballet e capoeira através do Programa Arte de Viver. 
 
“A educação e a arte são parceiros. A escola que não tem arte não tem educação. A arte conscientiza, humaniza a criança, além de trabalhar com coordenação motora e imaginação fazendo com que a vida deles se torne mais colorida, mais bonita”, relata Maria Eunice. 
A parceria com o programa Arte de Viver se estendeu para além das aulas ofertadas, e com o projeto de exposição sustentável os alunos dos grupos 3 e 4 estão expondo suas obras de arte no foyer do Centro de Cultura Maestro Miro. 
 
“Sempre tivemos o cuidado de trabalhar formando um cidadão mais consciente com melhor qualidade de vida através da escola porque é na escola que se muda tudo. Só se pode mudar um país com educação e é nela que eu confio”, explana a diretora. 
 
A exposição tem como tema “A infância no Sertão” e conta através de objetos reciclados, como tampas e garrafas PET, a história do artista plástico feirense Juraci Dórea. “A conscientização que fazemos com os alunos é um processo também de limpar o meio ambiente. Conseguimos tirar do meio ambiente 5 mil tampas, e temos a certeza de que no futuro eles vão transmitir isso para os seus filhos”, esclarece. 
 
O Programa Arte de Viver é uma iniciativa da Prefeitura Municipal, através da Fundação Cultural Egberto Costa, e está presente também nas Escolas Municipais Professora Lidice Barros, Professora Eli Queiroz e Professora Josenita Nery.
 
 
Foto: Letícia Daltro

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