Submarino

AQUI TEM TRABALHO

segunda-feira, 11 de abril de 2022

 

Milhares de integrantes do Movimento Sem Terra (MST) chegaram ao município de Feira de Santana no domingo (10/04) e acamparam na Vila Olímpica dos Amadores, próximo ao Senai, no Anel de Contorno. Na manhã desta segunda-feira (11/04), eles marcham em direção à Prefeitura Municipal  para chamar  atenção para a pauta de reivindicação e realizar um protesto em apoio aos professores da rede municipal de ensino, que estão em greve.

Eles passarão a semana caminhando em direção a Salvador, onde devem chegar na terça-feira, dia 18 de abril, para acompanhar uma sessão na Assembleia Legislativa em memória do massacre de Eldorado do Carajás, que vitimou, no dia 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra na chamada “Curva do S”, em uma rodovia do Sul do Pará. Em seguida, eles tentarão um diálogo com o governo do estado relacionado a pauta de reivindicação.

Ao Acorda Cidade, Evanilton Costa, da direção nacional do MST, informou que por conta da pandemia deixaram de realizar a marcha com muitas pessoas, mas agora, com a pandemia controlada, foi possível reunir milhares de trabalhadores do campo para reivindicar a reforma agrária e a punição de envolvidos em assassinatos de membros do movimento.

“Sempre fizemos essa marcha de Feira de Santana para Salvador, em alguns momentos saímos de Santo Amaro, em alguns momentos saímos de Camaçari, e o objetivo desta marcha sempre foi denunciar as injustiças no campo, a impunidade, sempre lembramos do massacre de Eldorado do Carajás quando 19 pessoas foram assassinadas a sangue frio e até hoje há assassinos impunes. Tem um mês que mataram nosso companheiro Fábio em Iguaí, com 15 tiros na frente da filha e da esposa, também o companheiro Márcio Matos, então é uma marcha de protesto contra a impunidade no campo e de ao mesmo tempo denunciar a paralisação da Reforma Agrária, que neste governo mais de 400 processos de desapropriação foram engavetados em todo o país. Muitas famílias lutam há mais de 20 anos debaixo da lona preta”, informou.

Segundo Evanilton, mais integrantes do movimento estão a caminho de Feira de Santana.

“Chegamos ontem durante o dia, à noite chegaram mais em ônibus, há alguns ainda na estrada que vão engrossar a fileira na saída da marcha. Vamos sair com destino ao centro da cidade, faremos um grande ato em frente à prefeitura e, inclusive, nos solidarizando com os professores que estão em greve e que foram oprimidos na cidade pela gestão municipal. A marcha é 100% custeada pelos membros do movimento. Aqui no assentamento são feitas as arrecadações dos alimentos. É uma marcha que teremos muitas dificuldades de estrutura, mas a marcha é necessária, tanto para esta retomada com a pandemia controlada, mas pela necessidade que temos, tanto de pressionar o governo federal a destravar a reforma agrária, quanto também o governo do estado cumpri com nossa pauta de assentamento”, disse.

Evanilton informou ao Acorda Cidade, que a caminhada terá uma pausa na Sexta-Feira da Paixão e retoma no sábado.

“Teremos oito dias de caminhada até Salvador, só vamos parar na Sexta-Feira Santa para o momento religioso. Temos previsão de dormir próximo a Salvador na segunda-feira, dia 18, e na terça vai ter uma sessão especial na Assembleia Legislativa, em memória ao massacre, e espero que o Governo do Estado possa nos atender para voltarmos de cabeça erguida. Se isso não acontecer o jeito é acamparmos em frente a uma secretaria para também conseguir as negociações de nossos pontos o máximo possível para que possamos voltar com cabeça erguida”, concluiu.

Por conta da marcha o trânsito na cidade ficará congestionado em vários trechos.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade


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