Um
empresário de 34 anos e um contador de 58 anos foram presos em Salvador, na
manhã desta sexta-feira (06/09), durante uma operação policial
envolvendo a Polícia Civil do Pará, o Ministério Público Estadual e as
Secretarias de Segurança Pública do Rio de Janeiro e da Bahia. Intitulada
"Efeito Dominó", a operação cumpriu diversos mandados de prisões
preventivas e temporárias nos três estados, com o objetivo de desmantelar
organizações criminosas envolvidas com a exploração ilegal de jogos de azar,
como o jogo do bicho.
Além
dos acusados, a polícia baiana também cumpriu quatro mandados de busca e
apreensão. "Encontramos com eles uma quantia de cerca de 350 mil reais,
além de documentos como contratos e registros de movimentação bancárias do
esquema", declarou Débora Freitas, titular da Delegacia de Crimes
Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap).
O
empresário Adilson Santana Passos Júnior, dono da empresa Cellcred, que
atua no ramo de recarga para telefones pré-pagos móveis e fixos, foi
preso dentro de casa nesta manhã, no bairro do Caminho das Árvores. O
responsável pela contabilidade da empresa, Arivaldo dos Santos Cerqueira, foi
preso em casa, no Costa Azul.
"Todos
os documentos apreendidos pela gente serão encaminhados para a Polícia Civil do
Pará, que comandou a Operação Efeito Dominó", disse a delegada.
"Apesar deles negarem as acusações, tanto o empresário quando o contador
serão transferidos para a Polinter, no Complexo Policial dos Barris, e
posteriormente para Belém".
Segundo
a titular da Dececap, os acusados podem receber pena de oito a dez anos de
prisão caso sejam condenados pelas alegações de envolvimento com
uma organização criminosa e lavagem de dinheiro. "No entanto, eles
pegariam uma pena muito mais reduzida, de meses, caso respondam apenas pela
prática de jogos de azar".
Até
às 8h30 desta sexta, 19 pessoas já tinham sido presas em Belém, capital do
Pará. Máquinas e equipamentos eletrônicos utilizados pelos envolvidos no
esquema também foram apreendidas pela polícia. Segundo o delegado
paraense Rilmar Firmino, a quadrilha montou um sofisticado esquema de apostas e
vendas de recargas de celular no Pará, Rio de Janeiro e Bahia.
"Os
apontadores paraenses faziam uso de máquinas e tecnologia fornecidas por
empresas baianas que lhes possibilitavam fazer a aposta do jogo do bicho e
também a venda de crédito de recarga de celular”, detalha Firmino.
Ainda
segundo a Polícia Civil do Pará, algumas das empresas investigadas também foram
alvo da operação "Dedo de Deus", em 2011, e da operação
"Aposta" em 2007, por estarem ligadas ao modus operandi do
bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Resultado
de um ano e meio de investigações, os alvos da Operação Efeito Dominó
foram indiciados pelos crimes de exploração de jogo do bicho, formação de
quadrilha armada, crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro,
formação de cartel e falsidade ideológica.
Ao
todo, 70 pessoas foram presas nos três estados - 37 delas em cumprimento
de mandados judiciais de prisão e as demais em flagrante. Mais de R$ 2
milhões em dinheiro também foram apreendidos pela polícia, assim como
talonários de apostas, documentos de contabilidade, cadernos de
anotações, placas de divulgação de resultados de jogo de bicho, equipamentos de
informática e cofres.
Informações do CORREIO Foto: Lílian Marques/ G1
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