A dona de casa Creuza Lima (foto - abaixo), que mora no Feira IX, chegou cedo ao Parque de Exposição João Martins da Silva para garantir uma cadeira bem localizada de onde pudesse ver todo espetáculo da “Paixão e morte de Jesus Cristo”. Ficou na primeira fila de cadeiras. “Parece que a gente está no meio daquelas pessoas”. Revelou que todos os anos vai ao Parque e que sempre se emociona. “A gente não aguenta ver o sofrimento de Jesus”.
O público quase não tirou os olhos dos palcos e nos 16 cenários montados num dos redondéis do Parque de Exposição João Martins da Silva, onde a peça a Paixão e Morte de Jesus Cristo foi encenada pelo 31º ano, pelo grupo teatral Renascer. Nem a ameaça de chuva tirou as pessoas das cadeiras.
A mais bonita das histórias da humanidade, que emociona as pessoas há mais de dois mil anos, foi mostrada a partir do batismo de Jesus, por João Batista. Celebra, assim, os últimos dias do filho de Deus na terra e mostra a sua livre escolha pela Paixão.
Os palcos representaram a casa de Anás, onde Jesus foi acusado pelos sacerdotes antes de ser levado à presença de Pilatos – também o palácio deste, onde o Mestre foi condenado à crucificação, o local onde Ele participou da última ceia com os apóstolos.
Os principais momentos da paixão foram encenados
O público viu a Última Ceia, as conversões dos discípulos, os sermões do Mestre, o beijo que consolidou a traição de Judas, a escolha do povo pela condenação, a crucificação e a ascensão. “Sempre assisto e não tem como não se emocionar”, disse o aposentado José dos Santos.
Além do cenário espalhado em mais de cinco mil metros quadrados, centenas de atores e figurantes de várias profissões e idades, dão o melhor de si para que o espetáculo seja o mais real possível. E conseguem.
A plateia, silenciosa, assistiu ao espetáculo com toda sua grandiosidade em pouco mais de uma hora. E poderão vê-la neste sábado e domingo, a partir das 18h. O acesso ao Parque de Exposição está sendo feito pela avenida Noide Cerqueira – o local está sinalizado.
Nova Judéia em Feira é um sonho, diz diretor do espetáculo
Uma Nova Judéia do Sertão é o objetivo do diretor do espetáculo, Fábio Bitencourt, que também interpreta Jesus Cristo. Neste local, o cenário seria fixo e o público acompanharia de perto toda a peça, semelhante ao que acontece em Nova Jerusalém, no interior pernambucano.
A ideia de apresentar a peça surgiu em 1987, quando uma professora do Colégio Santo Antônio assistiu a apresentação em Nova Jerusalém. “Então criou o grupo Renascer, que inicialmente apresentou a peça na instituição e os convites foram aparecendo de outros locais”, diz o diretor.
Para ele, a criação da Judéia do Sertão colocaria Feira de Santana na rota do turismo religioso e atrairia católicos de muitas cidades baianas e de outros estados. Seria uma das poucas cidades nordestinas a fazer este tipo de apresentação teatral com o cenário a céu aberto.
“Na Bahia, Feira é a primeira cidade a apresentar este espetáculo com tamanha estrutura e a Nova Judéia é um sonho a ser concretizado”, afirma Fábio Bitencourt. Para tanto, precisa do apoio do poder público e da iniciativa privada. “Este cenário será bom para todo o município”.
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