Feira de Santana sai na frente dos demais municípios baianos no que se refere a planejamento familiar. O Governo do prefeito Colbert Martins Filho, através da Fundação Hospitalar de Feira de Santana (FHFS), adquiriu com recursos próprios dois tipos de contraceptivos de longa duração e que ainda não são ofertados pelo SUS (Sistema Único de Saúde): o Implante e o DIU Mirena. O investimento foi de R$ 354.475,00 (trezentos e cinquenta e quatro mil, quatrocentos e setenta e cinco reais).
O Implante é um método contraceptivo em forma de um pequeno tubo de silicone, com cerca de 3 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, que é introduzido embaixo da pele do braço da mulher pelo médico ginecologista. O DIU hormonal ou DIU Mirena é um contraceptivo que contém um hormônio, o levonorgestrel, que vai sendo liberado no útero após a sua inserção.
Público vulnerável à gravidez não programada
Há três meses, o Hospital Inácia Pintos dos Santos (Hospital da Mulher) criou o ambulatório de planejamento familiar visando diminuir os riscos maternos e fetais e combater as altas taxas de gravidez na adolescência, bem como pacientes soropositivas e em situação de risco (usuárias de drogas e em situação de rua). Além da orientação, o público-alvo será beneficiado com o novo planejamento reprodutivo.
“Vamos prestar assistência a esse público-alvo seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, através do ambulatório do Planejamento Familiar com o objetivo de fortalecer esse público referência, que são pacientes em situação de vulnerabilidade. Neste sentido criamos o ambulatório de alto risco, que presta a assistência pós parto e direciona essas mulheres através da Central de Regulação para outras assistências oferecidas pelo Governo Municipal e para o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM)”, explica a diretora-presidente da Fundação Hospitalar, Gilberte Lucas.
Prevenção
Em 2019, de janeiro a setembro, o Ambulatório de Planejamento Familiar do Hospital da Mulher atendeu 1.122 casos de adolescentes grávidas – com idade entre 12 e 17 anos. Para o prefeito Colbert Martins Filho, médico por formação, o índice é considerado alto. “E corrobora para aumentar os níveis de complicações materno fetais, sem citar o impacto social e psicológico para estas adolescentes”, observa.
A presidente da Fundação Hospitalar informa que o Governo Municipal já oferece para pacientes no CMPC (Centro Municipal de Prevenção ao Câncer) o DIU de cobre, método contraceptivo usado pelas mulheres. “Esse contraceptivo é do tipo que não contém hormônios, então é recomendado para as mulheres que não se adaptam bem aos métodos hormonais. Entretanto, observamos um número crescente de mães adolescentes e de alto risco, muitas são usuárias de drogas e que vivem nas ruas e por essas razões o Governo Municipal decidiu investir nesses novos contraceptivos de longa duração para atender exclusivamente a este público”, reforça.
A presidente destacou ainda a capacidade técnica dos profissionais que prestam assistência nas unidades de saúde vinculadas a Fundação Hospitalar. “Esse atendimento é feito no CMPC pela equipe técnica especializada acompanhada pelos médicos dra. Andréa Alencar e dr. Francisco Mota”, citou Gilberte.
No Brasil a taxa é de 62 adolescentes grávidas para cada grupo de mil jovens do sexo feminino da faixa etária entre 15 e 19 anos. O índice é maior que a taxa mundial, que corresponde a 44 adolescentes grávidas para cada grupo de mil. Nos últimos anos 13,2 milhões de crianças e adolescentes ficaram grávidas, segundo o relatório anual Situação da População Mundial do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), organismo da Organização das Nações Unidas (ONU).
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