“Sem a presença da Língua Brasileira de Sinais na sala de aula, uma criança de dois anos com deficiência auditiva, por exemplo, fica muito isolada no mundo. Isto resulta numa exclusão perversa”, defendeu Gilvanda Meiry Pires, professora de Libras do Centro Interprofissional de Atendimento Educacional Professora Marliete Santana Bastos – InterEduc e também formadora do Programa de Formação de Professores para a Escola Inclusiva (PROEI).
Esta terça-feira, 20, os educadores participam do último encontro do semestre no programa. Será realizada uma mesa-redonda com a presença de duas professoras das Salas de Recursos Multifuncionais que vão falar sobre a importância do atendimento educacional especializado (AEE) pelo professor de ensino regular.
Nas últimas semanas, as professoras aprenderam mais sobre a Língua Brasileira de Sinais, Libras. O programa é destinado a profissionais que atuam em classes comuns do ensino regular.
Professoras da Rede Municipal de Educação que fizeram o curso básico de iniciação à Libras fizeram apresentações utilizando sinais aprendidos nos seis encontros deste módulo, como os de frutas, animais, cores, saudações, pronomes, dentre outros. “É um embasamento inicial para que elas possam se comunicar com um eventual aluno surdo que venha a se matricular nas escolas municipais”, complementou Gilvanda.
Professora destaca importância da capacitação
Fernanda Barboza Bispo, professora do 5º ano na Escola Municipal Comendador Jonathas Telles de Carvalho, do bairro Conceição II, conta que seu interesse pela língua de sinais é antigo, apesar de não ter concluído o curso em que se inscreveu em 2008. “Tive uma aluna surda de dois anos; o peculiar é que a deficiência dela só foi descoberta na escola”, relata a professora. Nessa faixa etária, as crianças ainda estão desenvolvendo a fala, o que, à época, escondeu a surdez da aluna, explicou a professora.
“Sou professora e nós encontramos vários tipos de alunos, seja na escola ou fora dela. Então, quando você conhece uma outra língua, como o Braile ou a Libras, você tem a possibilidade de atingir mais estudantes”, defende Fernanda.
Os principais objetivos do PROEI são: a promoção do estudo sistematizado de temáticas acerca da Educação Especial; a difusão do conhecimento e da troca de experiências pedagógicas, visando um olhar investigativo para desenvolver estratégias de atuação em sala de aula.
Os professores que se inscreveram este ano tiveram acesso ainda a módulos voltados para os princípios da educação inclusiva – dez encontros; e braile, em seis encontros, além de atividades na plataforma virtual Moodle, totalizando a carga horária de 95h; neste ano foram disponibilizadas 30 vagas.
Estratégias mais inclusivas
De acordo com a coordenadora do InterEduc, professora Márcia Torres, o PROEI este ano alcançou resultados extremamente positivos. “Apesar de serem cursos básicos, podemos dizer que esses docentes já têm um olhar diferenciado para as necessidades dos alunos. E há uma mudança significativa neles! Algumas professoras já planejam revisitar seus currículos. Agora, querem propor estratégias mais inclusivas não somente para o aluno com algum tipo de deficiência, mas para todos”, avalia Márcia Torres.
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