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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Galpão de Ferragens do Centro de Abastecimento lembra a grande feira


O Galpão de Ferragens do Centro de Abastecimento é um microcosmo da grande feira que acontecia semanalmente nas ruas centrais de Feira de Santana. Milhares de utensílios podem ser encontrados nas dezenas de bancas.
Para quem viveu a grande feira, entrar no galpão é uma rápida volta ao passado. Lá, o interessado pode comprar de penico de estanho – aquele todo branco usado, fumo de rolo, triturador manual de feijão, panelas de todos os tamanhos, roupas usadas e mochilas para feira.
Naquele espaço tem muito do que é relatado por Luiz Gonzaga, na música-homenagem “A feira de Caruaru”. Tem cesto, grelha, fumo de corda, torrado, caneco, tem muitas roupas a preços baixos para que as pessoas não andem nuas nas ruas.
Também é vendido estilingue com borracha de soro – as mais potentes, ratoeiras, bainha de facão, medidas de um litro ou mais, colher de pau, churrasqueira, chocalho, churrasqueira, prego, martelo, coleira para cachorro, charutos, papel de seda, medidor de cereais.
Há mais de 30 anos Edvaldo da Silva Laranjeira vende fumo de corda no Centro de Abastecimento. “Fumo bom é aquele que queima bem (não apaga) e gera uma cinza alva”. O produto vem da zona rural de Jacobina e de Sergipe. Do Recôncavo vem apenas os charutos.
Revelou que as pessoas estão comprando fumo para fazer remédios caseiros. “Tem gente que compra de rolo inteiro”. É um santo remédio, diz, para controlar naturalmente formiga e outros insetos dentro de casa, como formigas e eliminar carrapatos e pulgas em cachorros.
Josemeire Lima, com a mãe, vende panelas de alumínio de todos os tamanhos e preços. “As vendas aqui não dão para enriquecer, mas da para sobreviver”. Vizinho, o pai dela, Joseval da Conceição tem uma banca sortida. “Não sei o que vendo, na verdade. Sei que é muito”.
Há quase 20 anos que dona Francisca Dantas de Lucena, 72, que antes era doceira, vende roupas no Galpão das Ferragens. As adquire em bazares realizados por instituições religiosas. “Os preços variam de R$ 5 a 25”. As roupas e os sapatos, mesmo usados, são de boa qualidade.
Grande parte da clientela aparece às segundas-feiras: são os moradores da zona rural e de municípios da região que aparecem para fazer suas compras. “São eles quem mais compram roupas”, disse dona Francisca. “A gente vende barato porque compra barato”. As peças saem para ela entre R$ 2,50 e R$ 3.
“Aqui sempre encontro o que quero comprar”, disse João Mendes, que estava comprando umas sacolas usadas para colocar compras nas feiras. “Os preços são mais em conta”. Na pequena feira do Centro de Abastecimento encontra-se quase tudo, para satisfação da fiel clientela.

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