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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Deficiente visual, seu Francisco é um assíduo espectador do Programa Arte de Viver


A dificiência visual não é um empecilho para Francisco de Assis da Costa ser um apreciador das oficinas artísticas e culturais do Programa Arte de Viver. Além de acompanhar as aulas, é um assíduo espectador das apresentações de encerramento dos semestres no Teatro Ângela Oliveira, do Centro de Cultura Maestro Miro.
Ele acompanha as atividades do Arte de Viver há três anos, quando sua esposa Ridalva Cristina começou a participar da oficina de Jazz. Atualmente, a neta de seu Francisco também frequenta o projeto por incentivo dos avós.
Nos dias das apresentações no Teatro Ângela Oliveira é fácil encontrar seu Francisco. Numa das primeiras fileiras, com a bengala na mão, ele fica atento aos movimentos no palco, e mesmo sem enxergar não desvia o olhar. E não foi diferente na última quinta-feira, 13, no encerramento das oficinas de Ballet e Jazz do Arte de Viver. A esposa de seu Francisco se apresentou no palco, e ele estava lá, prestigiando.
Seu Francisco tem uma doença genética que o acompanhou a vida inteira. Aos 20 anos, passou a se agravar de forma mais dura, e aos 30 a doença piorou, e ele perdeu a visão de vez. Mesmo sem enxergar, ele faz questão de manter suas atividades. “Eu ainda passeio, visito lugares novos e me mantenho atento a tudo”, afirma.
A história de seu Francisco com o Arte de Viver começou em 2016. Sua esposa, dona Ridalva Cristina se inscreveu na oficina de jazz. Desde então, vez ou outra ele aparece no Centro Cultural Maestro Miro - um dos locais que recebe o projeto, para conversar um pouco com o pessoal. “Eu me sinto muito bem aqui. Eles me tratam muito bem, sempre tem alguém para conversar”, afirma, referindo-se a equipe e os outros alunos das oficinas.
Para seu Francisco, o projeto funciona como uma forma de distração, e faz um alerta: “mesmo com deficiência visual, nós que temos esse problema não devemos nos acomodar ou deixar de participar do que nos faz bem”.
O diretor de Atividades Culturais da Fundação Egberto Costa, Luiz Augusto Oliveira, ressalta a importância do projeto para a sociedade feirense. “Muitas das pessoas beneficiadas pelo Arte de Viver não tinham oportunidade de fazer essas atividades, e agora muitos já não se veem mais sem as oficinas”, declara o diretor.
São mais de 20 oficinas gratuitas oferecidas pelo Arte de Viver, um projeto mantido pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, através da Fundação Municipal Egberto Tavares Costa.

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