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quinta-feira, 6 de junho de 2019

Homicídios de LGBTs dobram em um ano na Bahia

Manifestação LG
 As denúncias de homicídios contra LGBTIs mais que dobraram na Bahia, de acordo com dados dos Atlas da Violência, lançado nesta quarta-feira (05/06) pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estudo considera denúncias feitas ao Disque 100, canal que recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos relacionados a vários grupos, como crianças, idosos, LGBTI+.
Segundo o Atlas, o volume de denúncias de assassinatos contra LGBTIs saltou de sete em 2016 para 18 no ano seguinte - aumento de 157,1%. Também cresceram as denúncias de lesão corporal, que saíram de 18 para 22 no mesmo período. Por outro lado, o número total de denúncias feitas por LGBTIs caíram 20% entre estes dois anos. A quantidade saiu de 91 para 72. 
 
No Brasil, o número total de denúncias foi de 1.720 em 2017 - redução de  8% em relação a 2016, que contabilizou 1.876. O estado com mais casos registrados no Disque 100 foi São Paulo (260), seguido pelo Rio de Janeiro (181) e Minas Gerais (117). Em relação às denúncias de homicídios, São Paulo também está à frente, com 21 casos, seguido pelo Ceará (20) e Minas Gerais (19). A Bahia aparece em seguida. 
 
Segundo os pesquisadores do Atlas, a violência contra LGBTs tem se agravado nos últimos anos. Eles ressaltam que há uma invisibilidade desse problema sob o ponto de vista da produção oficial de dados e estatísticas. “Por exemplo, não sabemos sequer qual é o tamanho da população LGBTI+”, dizem os pesquisadores. 
 
O estudo cita como o exemplo de exceção desta lacuna estatística o Grupo Gay da Bahia (GGB), que, há 33 anos, vem fazendo um levantamento do número de pessoas assassinadas por questões homofóbicas, com base em notícias publicadas na imprensa, na internet e informações pessoais compartilhadas com o grupo.

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