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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Escola, etnia e direitos humanos são abordados na mesa de abertura da Jornada Pedagógica


“Ainda vivemos as mesmas perspectivas do colonialismo. É preciso dialogar para sair do lugar comum e ir para o caminho da emancipação”. A declaração partiu da professora mestre Railda Borges Neves [foto abaixo], integrante da Rede Municipal de Educação, durante a abertura da Jornada Pedagógica 2020, nesta quinta-feira, 30. O evento promovido pela Prefeitura aborda como tema principal o “Pensamento decolonial e aspectos socioemocionais na escola: experiências e perspectivas curriculares”.
Neste primeiro momento, realizado no auditório Ernestina Silva Lima, da Faculdade Anísio Teixeira, a jornada foi dirigida aos gestores e coordenadores pedagógicos. Uma mesa-redonda sobre a temática “Escola, etnia e direitos humanos” abriu o evento.
“Precisamos aceitar que temos resquícios profundos do colonialismo na nossa educação, na nossa vida e nos nossos seres. Daí, o pensamento decolonial. Quando reconhecemos estes sinais, começamos a lutar contra eles e damos visibilidade a essas mazelas e nos tornamos outros sujeitos, mais livres”, explica Railda. “É necessário contemplar os sujeitos plurais, já que o currículo é de uma perspectiva monoreferencial, diferente da nossa realidade. A diversidade foi excluída pela monoreferência”, avalia. 
Para falar de gestor para gestor, o professor mestre Eduardo Brito Correia, diretor do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, trouxe a experiência pessoal para a discussão. 
“É preciso pensar em como podemos garantir os direitos humanos para a nossa comunidade, garantir que os nossos estudantes possam compreender como respeitar a diversidade. Nós, ‘enquanto escola’, precisamos dar voz àqueles que são socialmente silenciados, para prepará-los para o mundo”, afirma. 
A diversidade e o respeito às diferenças foram amplamente abordados durante a discussão. O secretário de Educação, Marcelo Neves, destacou a pluralidade da Rede Municipal de Feira de Santana, que conta com escolas do campo, quilombolas, aquelas situadas em espaços urbanos e também a cívico-militar, que acaba de ser implementada na Rede.
“Essa pluralidade de culturas, vivências e histórias afloram no dia a dia, principalmente quando estamos inseridos em uma sala de aula. São temas com os quais nos deparamos e precisamos saber trabalhar, pois é na escola que temos que discutir não só esses, mas todos os assuntos que têm impacto na rotina da educação”, acredita Marcelo. 
“Trabalhamos com o mundo individual de cada estudante, por isso esta é uma temática tão necessária”, ressalta Elaine Cristina Santos Machado, diretora da Escola Municipal Ana Maria Alves dos Santos. “É importante que tenhamos este momento inicial antes do ano letivo, para discutirmos o que precisamos melhorar e também compartilhar nossas experiências”.
Formação de cidadãos autônomos
Na parte da tarde, o rumo da discussão se voltou para a formação de cidadãos críticos e autônomos, que tenham o respeito como um valor já enraizado em sua vida. A conversa foi coordenada pelo GEEM, Grupo de Estudos em Educação Moral de Feira de Santana.
“A gente busca uma sociedade com pessoas mais autônomas moralmente; que não precisem de uma orientação externa para agir honestamente, respeitosamente. Os valores que fazem parte dos nossos estudos são os valores da democracia, da justiça e, principalmente, do respeito mútuo”, explicou Elvira Pimentel, mestra em Educação e membro do grupo.
Também integram o grupo as professoras Izabella Saback, pedagoga e orientadora educacional na Escola Despertar; Zélia Almeida de Oliveira, especialista em Política do Planejamento Pedagógico e professora da Rede Municipal; Leiva Maria Franco, diretora da Escola Municipal Doutor Nóide Cerqueira; e Ermillo Lima, capitão da Polícia Militar. Ainda durante a tarde, os professores foram brindados pela apresentação cultural de Naely Figueiredo, ex-aluna da Rede Municipal.
Os encontros com os demais profissionais da Rede Municipal – professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais, Educação de Jovens e Adultos, das Salas de Recursos Multifuncionais, do Centro Interprofissional de Atendimento Educacional Professora Marliete Santana Bastos, InterEduc e Intérpretes de Libras e finalmente dos monitores do programa Música na Escola – vão acontecer concomitantemente na próxima segunda-feira, 3 de fevereiro, em locais diferentes. Com exceção do encontro para docentes da EJA, que vai das 18:00 às 21:00, todos os demais acontecem das 8:00 às 12:00 e das 14:00 às 17:00.


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