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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Idosos e o peso da tradição do Reisado


Quem diz que quem já passou dos 80, 90 anos não gosta de festa, desconhece o peso da tradição. Em Tiquaruçu, não são poucos os idosos que participam do reisado. E não apenas como espectadores especiais. Alguns caem na folia. 
Não gastam mais energia no meio da multidão porque não já não tem tanta para gasta-la diretamente na festa – poupam para o dia-a-dia. Se não dançam, sentados balançam os pés ao ritmo da música que ouvem. É uma manifestação para todas as idades.
Aos 87 anos, dona Rosalina Silva Costa [foto acima] disse que participa das festas que acontecem no distrito onde nasceu – há alguns anos mora em Feira de Santana, mas mantém uma casa em Tiquaruçu, para não perder relações com suas origens, diz.
Sentada ao lado do mercado distrital, acompanhada pela filha Ailza Maria, a idosa não raro se levantava, chamava um parceiro imaginário para a dança: posicionava a mão direita à altura do tórax e levantava a esquerda e dava alguns passos. 
“Antes, os grupos de rei iam às fazendas de surpresa. Lá se apresentavam, comiam e bebiam. A festa era boa. Mas gosto mais do formado de agora, na rua, para todo mundo. Gosto mais de agora porque passei a entender o significado do reisado. Hoje é melhor”.
Sentada ao lado ao palco, dona Judite de Cerqueira [foto acima], 95 anos, disse ser festeira. “Não tô lá no meio do povo porque a saúde não permite. Como não aguento dançar, vejo todo o movimento, os outros se divertir e me divirto com eles”.
Revelou que dançou na festa do reisado até completar 70 anos. “Como sempre, tudo era muito animado, com a  participação da família e dos amigos. É uma festa grande e bonita”.

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