A cardiopatia congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou funcionamento do coração que surge durante a formação do órgão, nas oito primeiras semanas da gravidez. A doença é a causa mais comum de má formação fetal e é o terceiro mais frequente fator para a mortalidade infantil.
Em Feira de Santana, no Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher), nascem cerca de 700 bebês por mês. Entre janeiro e maio deste ano foram 3.222, sendo cinco com cardiopatia congênita. Atualmente há apenas um bebê internado na UTI-Neonatal aguardando transferência para o hospital Ana Nery, em Salvador – unidade de referência para esta especialidade.
O último domingo, 12, foi marcado pelo Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita. A data chama a atenção para os sinais e sintomas da cardiopatia na infância.
Segundo o médico neonatologista, Marcus Vinicios da Silva, um a cada 100 nascidos vivos têm algum defeito no órgão, no entanto, em alguns casos, só é descoberto anos mais tarde. O médico destaca ainda a dificuldade encontrada em regular esses pacientes por falta da oferta de vagas em hospitais especializados – situação mediada pelo Estado.
“Boa parte dos casos podem ser solucionados por meio de cirurgia. No entanto, na Bahia, existem poucos hospitais de referência para esta especialidade, o que provoca demora para regulação. Além disso, a longa espera pode causar outras patologias aumentando o risco de morte, especialmente aos recém-nascidos”, pontua o especialista.
O médico neonatologista alerta que realizar o acompanhamento da gestação, por meio do pré-natal completo, é indispensável e pode salvar a vida do bebê. “Existem cardiopatias que são mais complexas e algumas gestantes chegam aqui sem prognóstico ou qualquer acompanhamento do pré-natal”.
Foto: Fátima Brandão
Nenhum comentário:
Postar um comentário