O uso de máscaras devido ao crescimento do número de casos de Covid-19 no País tem sido recomendado por especialistas em locais fechados, que são considerados ambientes de maior risco de contaminação da doença, e em espaços com aglomeração. O alerta vem no momento em que várias cidades do Nordeste festejaram o São João de forma mais livre, sem o uso do equipamento.
"A gente tem que se adaptar a cada momento da pandemia. Estamos vivendo o aumento de casos em um contexto em que a proteção vacinal é menor do ponto de vista de prevenir as doenças mais leves, que também são responsáveis pela transmissão”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o infectologista Júlio Croda.
O especialista explica ainda que “a grande maioria da transmissão ocorre pelas formas assintomáticas e sintomáticas leves, e como a vacina diminui a sua proteção com o tempo, mas ainda mantém 40% ou 50% de proteção, é importante que eventualmente medidas protetivas mais fortes, como o uso de máscaras, sejam adotadas novamente, principalmente por pessoas dos grupos de risco como idosos e imunossuprimidos”.
Ele defende ainda que, em algumas situações, o uso deve ser obrigatório. “Existem locais fechados em que é possível garantir o afastamento social, então deve-se levar em conta a situação sob risco. Em ambientes fechados em que existem muitos idosos, talvez fosse necessário tornar o uso do apetrecho obrigatório, mas em ambientes fechados em que a maioria é jovem, talvez fosse necessário apenas recomendar o uso”, opina.
Na Bahia, o governo do estado, por meio de decreto, liberou a utilização da máscara, desde que obedecidos critérios, como manter a obrigatoriedade em unidades de saúde e farmácias.
De acordo com os últimos dados divulgados no Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), entre terça e quarta-feira, foram registrados 2.744 casos de Covid-19 e 1 óbito.
De acordo com a ex-diretora do Hospital Couto Maia, a infectologista Ceuci Nunes, a recomendação da volta do uso de máscaras deve prevalecer no momento de aumento de casos. "Acho que enquanto a gente não tiver uma redução muito expressiva do número de casos, a gente precisa continuar usando máscaras em algumas situações”, opina.
“Primeiramente, as pessoas sintomáticas devem usar máscara para proteger outras pessoas e não infectá-las. Acredito que se a pessoa está num lugar fechado e aglomerado, também acho que é importante que a pessoa use o apetrecho. Por fim, as pessoas mais vulneráveis precisam usar máscaras, mesmo sendo vacinadas”, cita Nunes.
Informações de Jade Santana do A Tarde
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