Crise Espanhol
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A crise que o Hospital Espanhol vem vivendo nos últimos meses chegou a um ápice esta semana com a unidade médica pedindo a regulação dos pacientes para outros locais, além de suspender o atendimento. A emergência do hospital já está fechada há cerca de um mês e os funcionários não recebem há 3 meses.
Segundo o superintende do Espanhol, Cláudio Imperial, o hospital não está fechando as portas, no entanto, e haverá uma reunião para conciliação nesta quarta-feira (10) com o Ministério Público e autoridades do município e do estado para tentar resolver o caso.
Segundo o superintende do Espanhol, Cláudio Imperial, o hospital não está fechando as portas, no entanto, e haverá uma reunião para conciliação nesta quarta-feira (10) com o Ministério Público e autoridades do município e do estado para tentar resolver o caso.
Imperial diz que os problemas financeiros do hospital começaram depois que a Fundação José Silveira renunciou à administração da unidade. "O hospital ele desde o ano passado vinha sendo gerido pela Fundação José Silveira. Em abril, a Fundação renunciou. Alegou que não podia, que tinha como... (A Fundação) estava gerindo a pedido do estado, como uma das prerrogativas para liberar empréstimo que nós pleiteamos", explica Imperial.
Ainda segundo Imperial, em agosto não foram honradas as parcelas de honorários médicos. "Estava atrasado apenas maio e junho, ainda não agosto. Ao não honrar, os médicos pararam", explica. Sem médicos suficientes para manter o andamento do hospital, foi pedida a regulação de pacientes do SUS.
"É público e notório que existe carência de leitos no estado. É um absurdo fechar hospital. O hospital tem interesse, sempre teve, ao longo dos seus 129 anos, quer continuar funcionando", defende Imperial. "A crise não é única do hospital, é do setor de saúde".
O diretor do corpo clínico do hospital, Djean Amorim, diz que a situação é crítica. "Há um mês estamos brigando e não vimos nenhuma mudança em relação à crise no hospital", diz. "Ainda bem que a gente (médicos) entrou em paralisação. A gente viu que estava faltando insumos, que no futuro teria problemas em atendimentos...", diz. Segundo ele, a decisão da greve foi para preservar os pacientes. "Se a gente tivesse hoje o número de pacientes que tinha há um mês, não teria insumos para todos".
Ele disse que não há clareza para os médicos em relação à situação, se vão acontecer novas demissões e sobre os salários atrasados. Segundo Djean, ainda restam cerca de 75 pacientes no hospital, todos no setor de hemodiálise. "A reunião amanhã vai discutir o que fazer com estes pacientes".
Um dos pacientes que segue internado é o marido da aposentada Raimunda Maria Santos. Ele faz hemodiálise há 5 anos no Hospital Espanhol, mas agora aguarda transferência para o Hospital Salvador. "Amanhã vai ter uma entrevista para saber quando ele será transferido. Até essa mudança, ele vai continuar no Espanhol", diz.
Em nota, a Real Sociedade Espanhola de Beneficiencia (RSEB) explica os empréstimos contraídos e fala da negociação mediada pelo MP. "Diante dos fatos, a RSEB buscou a mediação do Ministério Público Estadual, para intermediar uma solução a curto prazo, com a solicitação da presença dos gestores locais de saúde, representantes sindicais e os agentes financeiros partícipes do projeto", diz o texto.
A nota diz ainda que os gestores antigos não cumpriram premissas compactuadas com a Caixa Econômica Federal. "Por fim, cabe ressaltar que, apesar de a RSEB ter atendido a todas as condicionantes, os então gestores não atenderam às premissas pactuadas com a CEF, especialmente as referentes à redução de despesas e ao incremento do faturamento".
Representantes da Fundação José Silveira não foram encontrados para comentar o assunto.
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