Capacitação
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A equipe de obstetras do Complexo Materno Infantil da Fundação Hospitalar de Feira de Santa, mantenedora do Hospital Inácia Pinto dos Santos (HIPS), o Hospital da Mulher, e do Hospital Municipal da Criança José Eduacy Lins (HJEL), participou de treinamento prático para implante de novo método contraceptivo subcutâneo.
Inovador, umas das principais vantagens do método é ser de longa duração com garantia de proteção por até três anos, impedindo a gravidez. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), esse anticoncepcional tem alta eficácia (99%, menor taxa de falha entre os meios contraceptivos), inclusive maior do que a própria cirurgia para ligadura de trompas (laqueadura tubária).
O método é totalmente reversível. A mulher pode suspendê-lo a qualquer momento sem prejuízos à fertilidade. Além disso, sua composição apresenta baixa dosagem hormonal - apenas um tipo de hormônio, progesterona, chamado de etonogestrel - com reduzido risco de trombose.
Durante treinamento ministrado pela professora Doutora Milena Bastos Brito, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em parceria com o Laboratório MSD, quinze pacientes-voluntárias foram submetidos ao implante, que consiste em um bastonete flexível de quatro centímetros de comprimento colocado no antebraço da mulher.
Segundo a diretora médica do Complexo Materno Infantil, Márcia Suely D’Amaral, além do conhecimento técnico sobre o implante, o contraceptivo subcutâneo possui boa aceitação entre pacientes, com impacto positivo na saúde pública, pois reduz índices de gestações indesejadas, como em adolescentes, e complicações em neonatais e obstétricas, abortamentos e mortalidade materna.
O método também é recomendado a mulheres em situação de vulnerabilidade social ou em situação de rua.
“Tudo isso acaba aumentando o número de procedimentos, a exemplo de curetagens, e também de internamentos, onerando gastos diretos hospitalares”, pontua D’Amaral, considerando a assistência hospitalar relacionada ao parto, nascimento e às complicações.
Projeto piloto
Por enquanto, a iniciativa é um projeto piloto no Hospital da Mulher e ainda não ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O pedido de inclusão já foi apresentado, em 2016, pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que aguarda definição do Ministério da Saúde. Dados da própria Febrasgo apontam que o número de gestações indesejadas no Brasil e no mundo tem aumentado, mantendo-se em 52% e 49%, respectivamente.
Métodos anticoncepcionais que dependem da disciplina da mulher, como a pílula, são mais propensos ao uso incorreto ou à falta de adesão, resultando em falha. Já os chamados contraceptivos reversíveis de longa ação (LARCs), como é o caso do implante subcutâneo, são à prova de esquecimento e não dependem da disciplina da usuária.
A presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, gestora do complexo materno infantil, Gilberte Lucas, ressalta a importância da iniciativa e participação da equipe médica especializada nestas ocasiões: “a atualização constante faz parte da rotina da nossa equipe médica para, nos momentos oportunos, oferecer serviços de saúde que resulte em melhor qualidade de vida a pacientes do município tratados aqui na unidade, referência no interior da Bahia”.
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