Para cada 17 pessoas que nascem na Bahia, uma delas tem o traço da doença falciforme – ou seja, possui um dos genes responsável pela doença, que é caracterizada pela alteração genética da hemoglobina. E para cada 650 nascidos, um tem a doença, que provoca dores pelo corpo, ulceras de difícil cicatrização, alteração no baço e pode levar a um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“O traço da doença falciforme é muito frequente. Por isso, não podemos negligenciar a atenção e o cuidado com essas pessoas com relação à orientação genética”, afirmou a enfermeira Lorena Marques, durante atualização sobre a doença falciforme, na nesta terça-feira, 26. O encontro, no auditório Dr. João Batista de Cerqueira, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foi destinado para médicos e enfermeiros da rede municipal – UBS e USF.
Na ocasião, a enfermeira convidada pela SMS explicou que o traço da doença não significa que a pessoa tenha anemia falciforme. “Mas, caso ela se relacione com outra que também seja portador de traço, a probabilidade do filho nascer com a doença falciforme é de 25%”, explicou reforçando a importância do diagnóstico, que é obtido através do Teste do Pezinho ou de exame laboratorial (eletroforese da hemoglobina).
Lorena Marques citou algumas características da doença falciforme que podem ser identificadas pelo profissional no primeiro contato com o paciente, a exemplo de feridas crônicas, pessoas que sofrem dores pelo corpo, possuem histórico na família e icterícia. Essa é uma doença hereditária que não tem cura.
“Os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (USB) e das Unidades de Saúde da Família (USF) junto com os agentes comunitários de saúde devem fazer a busca ativa para trazer o portador da doença falciforme para a unidade de saúde, onde será acolhido por uma equipe multidisciplinar, proporcionando a ele uma melhor qualidade de vida”, afirmou.
A coordenadora do Centro Municipal de Referência à Pessoa com Doença Falciforme, Luciana Brito, destacou que esse é o quarto treinamento destinado aos profissionais da rede municipal, cujo objetivo é “assegurar aos portadores da doença o acesso aos serviços de saúde desde a atenção primária”.
O Município oferta o serviço especializado, que é gratuito, aos portadores de doença falciforme na Unidade Básica de Saúde (UBS) do CSU, no bairro Cidade Nova. O atendimento é assegurado por uma equipe multidisciplinar, que é composta por hematologista, neuropediatra, clínico, nutricionista, equipe de enfermagem, serviço social e fisioterapeuta.
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