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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Feira é preconceituosa com o candomblé, diz sacerdote


Feira de Santana, mesmo tendo uma religiosidade grande, é (uma cidade) preconceituosa com relação ao candomblé e outras religiões de matrizes africanas. As pessoas têm medo de assumir suas identidades religiosas.
A opinião é do sacerdote da linha angoleira Tatá Indembuká, que palestrou na manhã desta terça-feira, 16, no Espaço Feira Pede Paz, na avenida Getúlio Vargas. Falou sobre “Violência: intolerância religiosa e enfrentamento social”.
“As pessoas temem a repressão religiosa, cultural e social, que dificulta a aceitação da sua identidade religiosa”, afirmou Tatá Indembuká, nome religioso de Aristides Lopes Maltez Júnior, que é tatá inkisse, líder religioso nas línguas ioruba e banto.
Ele mesmo revelou ser vítima da intolerância. “Uma aluna de uma faculdade disse-me que a minha religião era do diabo”. Segundo ele, os membros das casas de axé enfrentam discriminação. O seu nome social foi lhe dado por um orixá, disse.
“O que se busca, na palestra, é a conscientização, a aceitação e o respeito ao outro, que seja mútuo”, afirmou o sacerdote, que exerce a função há nove anos e é instrumentista cirúrgico. Para ele, o espírito não escolhe cor da pele.
Número de adeptos do candomblé apontado pelo Censo não reflete realidade
O preconceito, prega, é a não aceitação do indivíduo, das suas opiniões ou comportamento. Para ele, os números apresentados no Censo de 2010, que apontou pouco mais de 700 pessoas adeptas do candomblé na cidade, não refletem a realidade.
Manchas que não deveriam existir
Para a líder negra, Lourdes Santana, a intolerância e o preconceito são manchas que não deveriam existir. “Mas como existem, temos que combate-las conscientizando as pessoas para que mudem suas ideias e enfrente-as com inteligência”.
A palestra, diz o coordenador do projeto, Cristiano Queiroz, foi parte do ciclo de Sensibilização do Combate à Violência, desenvolvido pela Prefeitura de Feira de Santana, por meio da Secretaria de Prevenção à Violência.
Os encontros serão realizados até o final desta semana. Como enfrentar o problema através dos instrumentos de prevenção social, como CRAS e CREAS, também estão sendo discutidos neste encontros.


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