Em uma ação inédita em Feira de Santana, a equipe do programa Consultório na Rua, da Secretaria Municipal de Saúde, junto aos profissionais da Secretaria de Desenvolvimento Social, realizaram na noite da última sexta-feira, 19, atendimento médico e social para transexuais e travestis em situação de prostituição.
Em pontos estratégicos da cidade, a equipe de abordagem fazia o primeiro contato. Em seguida os demais profissionais (médico, psicólogo, sexóloga, enfermeiros, técnico de enfermagem e assistente social) se aproximavam para iniciar o acolhimento.
Ayresca optou por fazer todos os exames
Ayresca Aragão (nome social), 20 anos, foi uma das beneficiadas com a ação. Ao ser perguntada sobre quais testes rápidos queria fazer, logo respondeu: “quero fazer todos”. Enquanto a examinava, a enfermeira Darlene dos Santos também explicava sobre a seriedade e ética dos profissionais, garantindo sigilo nos resultados, positivo ou negativo para qualquer uma das doenças (hepatite, sífilis, HIV); além de apresentar outros serviços de saúde gratuitos no município.
Histórico familiar de diabetes é uma das preocupações de Thamy
A oportunidade também foi aproveitada por Thamy (nome social) que trabalha há oito anos como profissional do sexo. Entre os exames realizados, ela solicitou a aferição de glicemia e relatou ao médico Ritze Viegas ter histórico familiar de diabetes. “Deu 114. Como você não está em jejum podemos considerar normal, lembrando que em jejum o ideal é até 100”, informou o médico.
Registro do nome social é uma das principais demandas
Durante atendimento, os transexuais e travestis foram questionados sobre interesse ao registro do nome social e orientados sobre como proceder para adquirir o benefício. “Este ano a justiça determinou que não precisa mais o laudo médico para mudar o nome, então basta chegar no cartório e ter esse direito. Então a gente vai auxiliar, já que é a maior demanda que elas trazem”, informou o chefe da Divisão de Promoção de Direitos às Minorias, Fabio Ribeiro.
Através da Prefeitura, eles terão todo acompanhamento para dar entrada com recurso na Defensoria Pública, sem nenhum tipo de custo. “Apesar da aparência feminina, no documento o nome é masculino, então elas passam por muito constrangimento. Através do novo documento elas irão se sentir mais à vontade para ir a órgãos públicos e privados, porque o nome social irá coincidir com a imagem do documento”, revelou Fabio.
Esta foi a primeira ação de saúde e social noturna voltada para transexuais e travestis. A iniciativa do município visa através da assistência acolher essas pessoas, promovendo um maior acesso aos serviços públicos de saúde e social. Durante os atendimentos, fichas foram preenchidas para continuidade do acompanhamento pela equipe em momento posterior, assim como acesso a outros programas. Preservativos e lanches também foram distribuídos.
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