Atender 100 mulheres diariamente durante o mês de alerta para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. Essa é a meta da campanha Outubro Rosa aberta nesta segunda-feira, 1º, pela Fundação Hospitalar de Feira de Santana (FHFS) no Centro Municipal de Prevenção ao Câncer Romilda Maltez (CMPC).
Uma equipe médica especializada realizará o atendimento de mulheres que passarão por triagem para marcação de exame preventivo, ultrassom transvaginal e mamografia, além de exames laboratoriais. De segunda a sexta, o agendamento poderá ser realizado no CMPC das 7h às 12h e das 14h às 17h.
“Todo o acompanhamento será realizado aqui [CMPC]. A paciente com mamografia agendada será encaminhada para realização do exame no CMDI [Centro Municipal de Diagnóstico por Imagem (CMDI) Dr. Eugênio Laurine]. Já os exames laboratoriais marcados serão coletados no novo laboratório de análises clínicas do Hospital da Mulher”, explica Kênia Lasse, coordenadora da unidade de saúde.
Segundo Gilberte Lucas, presidente da FHFS, especialmente neste período de campanha, a comunidade que necessitar deste tipo de atendimento não terá que agendar exames pela Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
“O nosso objetivo é ampliar e facilitar o acesso da comunidade a exames de prevenção contra os cânceres de mama e de colo de útero, bem como superar a meta do ano anterior de duas mil mulheres atendidas”, explica.
Ainda, a gestora ressalta que paralelamente à campanha Outubro Rosa todos os outros serviços continuarão sendo ofertados nos centros municipais de saúde, a exemplo de atendimento clínico com consultas a especialistas (mastologista e oncologista).
Orientação, dinâmicas e rodas de conversa
A manhã de abertura do Outubro Rosa da Fundação Hospitalar de Feira de Santana foi marcada por dinâmicas, rodas de conversa e palestra com a temática ‘Por um mundo mais rosa. Eu me cuido!’.
A equipe técnica do CMPC, formada por psicólogas, enfermeiras e assistentes sociais conscientizaram as mulheres para a necessidade de se conhecer, se observar e atenção para a qualquer mudança no seio, como vermelhidão, abaulamentos ou retrações da pele, descamação da pele da aréola/mamilo, inversão recente do mamilo, ulcerações, nódulos palpáveis endurecidos ou fixos (nas mamas e/ou axilas), espessamentos palpáveis, secreções preocupantes (sangue ou transparente como água).
“O ideal é fazer o autoexame uma vez por mês, de 5 a 7 dias depois da menstruação, ou um dia fixo para quem não menstrua”, explica a psicóloga Ana Regina Gonçalves.
Logo cedo, a dona de casa Noêmia Almeida Pereira foi participar do lançamento da campanha e conhecer os serviços da unidade municipal de saúde. “Eu faço anualmente o preventivo, mas busquei o CMPC pela facilidade do atendimento e sair com o exame agendado. A gente precisa se cuidar para ter qualidade de vida”, afirma.
Rita de Cássia iniciou acompanhamento após detectar nódulo no autoexame
Já dona de casa Rita de Cássia Souza de Jesus relata que iniciou o acompanhamento preventivo ano passado após ser surpreendida com um nódulo depois de realizar o autoexame (com o toque das mãos). “Sempre deu tudo certo e recomendo à toda mulher fazer rotineiramente exames. Venho quantas vezes necessário for fazer o preventivo”.
56,33 casos a cada 100 mil mulheres
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar da Silva) estimam-se no Brasil 59.700 casos novos de câncer de mama, para cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres. Na Região Nordeste esse tipo de câncer é o mais frequente em 40,36 para cada 100 mil.
Diagnosticada há 7 anos, Leda já conseguiu se curar do primeiro cisto
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Essa realidade é vivida pela dona de casa Leda Soares dos Santos, diagnosticada com câncer de mama sete anos atrás. A paciente faz acompanhamento com especialistas no CMPC e o já conseguiu se curar do primeiro cisto quando constatado no seio esquerdo.
“Eu usei lencinho, fiquei careca e passei por todos os procedimentos com quimioterapia e radioterapia. O resultado é esse aqui: estou viva!”, explica a paciente. Segundo Leda, “a confiança na cura e a revisão periódica com o especialista são fundamentais”.
Investimentos de R$ 250 mil no CMPC
Durante a abertura, Giberte Lucas ressaltou os investimentos feitos com recursos próprios do município na ordem de R$ 250 mil no CMPC. Foram adquiridos equipamentos como mesa ginecológica com acionamento elétrico, videocolposcópio, bisturi elétrico e automatizada, além de ultrassom.
“A gestão municipal consegue atender a comunidade que busca tratamento com agilidade e qualidade no atendimento, principalmente neste período que aumenta a procura”, explica a gestora.
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