O Música na Escola é um ciclo que se renova e se amplia, assim como o festival que leva o mesmo nome do programa e chegou à sua segunda edição na tarde desta quinta-feira, 25. Este ano, o dobro de estudantes participou do evento. Foram 2.500 crianças e adolescentes que levaram diversidade, um repertório eclético e colorido à Praça Padre Ovídio, a Praça da Matriz. Familiares, professores e transeuntes prestigiaram o festival.
Assim como o programa, o festival começou com a modalidade Cantando na Escola, que contempla os corais. É nela que as crianças da Educação Infantil têm o primeiro contato com a musicalização - fase de construção do conhecimento musical, cujo objetivo é desenvolver o gosto pela música ao passo que a criança aprende.
Nilson Oliveira, um dos professores do programa, explica que a linguagem oral é muito importante para criar vínculos com as crianças. “São universos muito particulares. Temos crianças de dois anos que estão saindo de casa pela primeira vez. Cada demanda representa um tipo específico de interação", destaca.
O professor Carlos Alves, no entanto, relata que esta é a fase também do abraço, do contato físico, o que facilita e também fortalece esses laços. “Você vê que eles gostam mesmo dos professores. Com os mais velhos, tem o fator da nota. Com as crianças, não. Eles participam porque gostam”.
Esses fatores configuram-se como uma ponte para o aspecto pedagógico no programa - o exercício do ritmo, do canto, do conceito de lateralidade, entre outros. Nilson pontua que é possível identificar numa criança certas dificuldades como o simples ato de bater palmas.
“Há adultos que não conseguem manter um ritmo ao bater palmas por que isto não foi corrigido ou devidamente estimulados na infância. Então, tudo isso é possível através da música. Trabalhar o gosto artístico, mas também o lado físico, motor e a cognição. Se reproduzirmos melodias que lhes são familiares, eles as reconhecem; ou seja, já passam a entender signos e significados”, pontua.
Gosto musical impulsionado
O gosto musical impulsionado pelo programa já na infância é algo forte e potencialmente duradouro. Kezia Souza Lima tem 11 anos e é aluna da Escola Pai e Mãe da Associação Comunitária e Cultural Tiradentes, do bairro Campo Limpo; ela faz parte do coral da escola há um ano, mas já comprou um violão e começou a treinar em casa.
A revelação da compra do instrumento foi feita por seu pai, Ricardo Lima; orgulhoso, ele compareceu para prestigiar a apresentação da filha no festival. “São essas atividades diferentes, interativas, que incentivam as crianças a se empenharem mais. Elas fortalecem e valorizam as escolas municipais”, acredita Ricardo.
O violão é um dos instrumentos praticados nas aulas do Instrumenta, outra modalidade do programa, para a qual Kezia pode migrar algum dia e ampliar sua habilidade no campo da música.
Valorização da criança
Jaqueline Soares Santana (foto), vice-diretora da Escola Municipal Comendador Jonathas Telles de Carvalho, do bairro Conceição II, tem opinião parecida com a do pai de Kezia. “Há uma valorização da criança. Quando falamos que haveria apresentação do programa para o público, elas ficaram muito animadas”.
Participação de fanfarras
O II Festival Música na Escola contou com a participação de 2.500 alunos de mais de 50 escolas. Eles integram três modalidades diferentes do programa - aqueles que tocam violão, teclado e flauta no Instrumenta; os corais do Cantando na Escola e as fanfarras municipais de Humildes (FANMUH), de Maria Quitéria (FAMAQ) e Amor por Bonfim de Feira (FAMAB), do Música em Ação.
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