Itamaraju, no sul da Bahia, foi o município onde mais choveu no Brasil em dezembro deste ano, com 769,8mm de chuva, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Esse número representa mais que o quíntuplo da climatologia deste mês (148,0mm).
A climatologia da chuva entre setembro e dezembro em Itamaraju é de 499,7mm; em Ilhéus é de 434,4mm; e em Porto Seguro é de 507,7mm. Logo, nesse período, as chuvas nessas regiões estão bem acima da média.
Segundo o governo do estado, a Bahia registrou o maior acumulado de chuvas para dezembro nos últimos 32 anos.
De acordo com dados meteorológicos, os maiores acumulados de chuva entre 9h da última quinta-feira (23) e 9h de terça-feira (27) foram registrados em:
• Valença: 215 mm, corresponde a mais do que o triplo da sua climatologia de dezembro (64,9mm);
• Ilhéus: 209mm, corresponde a 70,2% a mais da sua climatologia de dezembro (122,8mm);
• Salvador: 188mm, corresponde a mais do que o triplo da sua climatologia de dezembro (58,1mm);
• Igrapiúna: 202mm;
• Camamu: 196mm;
• Barra do Rocha:195mm;
• Gandu: 188mm;
• Itabuna:187mm.
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Desde a última sexta-feira (25), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) tem feito vistorias técnicas através da equipe de fiscalização e monitoramento ambiental nos municípios do sul, extremo sul e sudoeste, para verificar os impactos nas barragens.
Durante as vistorias, foram identificadas barragens irregulares que se romperam no interior do estado como, por exemplo, em Iguá, Jussiape e Quati. De acordo com o governo estadual, foram realizadas, em conjunto com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado (Sudec), Corpo de Bombeiros (CBMBA) e prefeituras locais, ações de intervenções emergenciais para evitar impactos à comunidade local.
Segundo o meteorologista do Inema, Mauro Bernasconi, o acumulado de chuvas tem relação com a formação de "corredores de umidade constantes", que vêm da Amazônia, atualmente pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é uma faixa de nuvens que se estende do sul da região amazônica até a área central do Atlântico Sul.
Ao todo, 21 pessoas morreram em decorrência das fortes chuva na Bahia. De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), 77.092 pessoas desabrigadas ou desalojadas.
O número de desabrigados – que são as pessoas que perderam seus imóveis e precisam de apoio do poder público – está em 34.163. Já o total de desalojados – que são as pessoas que também perderam os imóveis, mas foram alocadas em casas de familiares – está em 42.929.
A Sudec informou que 471.786 pessoas foram afetadas pela chuva. O número de feridos não foi alterado desde a segunda-feira (27), e segue em 358 pessoas. Nesta terça, 136 cidades estão sob decreto de situação de emergência.
Informações do G1 Bahia
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