Agricultura familiar impulsiona a atividade rural
A agilidade, a força dos braços e a faca amolada dão ritmo à raspagem da mandioca, colhida das plantações na comunidade de Santa Quitéria, no povoado da Mantiba. O trabalho é feito por um grupo de mulheres e homens que sentados à sombra da árvore trocam palavras e cantam na esperança que as horas passem mais depressa.
Enquanto o grupo agiliza a limpeza das raízes, na casa de farinha a lavradora Maria de Lourdes Fonseca, 40 anos, é quem dá conta de ralar. Trabalho que leva praticamente uma manhã. Já no dia seguinte, uma parte da mandioca moída será prensada e levada ao forno para o preparo da farinha. Outra é lavada para extrair a goma usada na produção de beiju e outra quantidade é colocada de molho para fazer a puba.
Os produtos finais são vendidos na própria comunidade e também pelas redes sociais. “Em 2020, no início da pandemia, criamos nossa página no Instagram para viabilizar as vendas. Graças a Deus tem dado certo”, afirma a lavradora. Na página eletrônica “Derivados da Roça” é possível tirar dúvidas e fazer encomendas, desde frutas, hortaliças, beijus e farinha.
Embora o trabalho conte com apoio de familiares e vizinhos, o que é vendido desta produção da mandioca fica com Maria de Lourdes. "Aqui é um ajudando o outro", conta. Mas, não é só ela que sai lucrando na roça. Todos da comunidade se dedicam à terra e o que é produzido comercializam.
Incentivo
A Prefeitura de Feira, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Recursos Hídricos (Seagri), tem dado suporte à agricultura familiar visando impulsionar a atividade rural. São tratores que têm gerado economia no preparo da terra para o plantio.
“O Governo Municipal discute a possibilidade de oferecer oficinas sobre compostagem, além da abertura de licitação para análise da qualidade da água e do solo", afirma o técnico da Seagri, Antônio Jondineli.
Irmã de Maria de Lourdes, Francisca Fonseca, 43, também está na roça desde a infância. Ela é uma das que põe a mão na massa para ajudar na produção da farinha e encontra na terra o seu sustento. “Aqui a gente se envolve do plantio ao beneficiamento”, pontua.
Ouça aqui o podcast.
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