Paralisação |
Nesta terça-feira (31/05), professores/as das universidades estaduais baianas paralisarão as atividades e realizarão atos locais. Aprovada em assembleias, a suspensão é parte do calendário de lutas da campanha salarial da categoria que, atualmente, luta pela retomada da mesa de negociação permanente com o governador Rui Costa e por um reajuste salarial acima da inflação. Com o objetivo de chamar a atenção do governo e dialogar com a sociedade, os quase 280 cursos de graduação, 180 cursos de pós-graduação e 50 mil estudantes que fazem parte do universo da educação superior das quatro instituições – Uneb, Uefs, Uesb e Uesc – estarão com as atividades acadêmicas sem funcionamento por um dia.
Mobilização e motivos para a luta
A defesa das associações docentes é que valorizar professores e universidades não é gasto, é investimento. As universidades estaduais são um patrimônio do povo baiano e no enfrentamento à pandemia provaram, mais uma vez, a importância do trabalho docente no que tange a produção científica regionalizada. Com pesquisa e extensão, docentes da Uneb, Uefs, Uesb e Uesc colaboram com o poder público, produzindo EPIs, fazendo monitoramento da doença, oferecendo atendimento às pessoas infectadas, formação e insumos voltados para sociedade civil e profissionais da saúde.
Contudo, apesar da importância, a categoria docente se queixa de que a realidade deles, atualmente, é de desvalorização. A principal queixa é a perda salarial. Após sete anos de espera, o Governo do Estado aplicou um reajuste para os docentes abaixo da inflação do ano de 2021. Com salários congelados desde 2015, quase metade do salário desses profissionais foi corroído pela inflação nos últimos anos, de modo que a luta da categoria hoje é por um reajuste salarial que, de fato, recomponha as perdas e a inflação.
A luta por diálogo
Outro ponto de reivindicação central da manifestação é a luta por diálogo com o Governo do Estado. A mesa de negociação está paralisada há pouco mais de 900 dias. A mesa é resultado do acordo de greve fechado em 2019, que foi quebrado pelo governo, mesmo após várias tentativas de contato e envio de ofícios.
Nesta semana, a coordenação do Fórum das ADs, entidade que reúne as diretorias das quatro associações docentes, solicitou mais uma vez reunião com a presidenta da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia e com secretarias estaduais. “Estamos na expectativa, atentos e em luta. Da nossa parte o que não faltam são sinalizações para o diálogo. Acreditamos que o diálogo é uma pauta dos professores e da própria democracia. E o que a gente espera do governo Rui Costa é diálogo, respeito à categoria e aos nossos direitos”, demarcou Ronalda Barreto, coordenadora do Fórum das ADs.
Confira a programação da Uefs:
Ato público às 9h, em frente ao Núcleo Territorial de Educação do Portal do Sertão, antiga Diretoria Regional de Educação e Cultura (Direc), na avenida Presidente Dutra.
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