Representante da ACNUR foi recebida pelo prefeito Colbert Filho
Um detalhamento do perfil do grupo de indígenas venezuelanos da etnia Warao que vive em Feira de Santana desde 2020 foi apresentado pela associada de Soluções Duradouras da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), Camila Sombra, ao prefeito Colbert Martins Filho, na manhã desta terça-feira (18). Também participaram da reunião o secretário de Desenvolvimento Social, Antônio Carlos Borges Júnior; o presidente da Agência Reguladora, Carlos Alberto Moura Pinho; e a procuradora-geral do Município, Caroline Suzart Cotias Freitas.
Em Feira de Santana vivem atualmente 42 pessoas da etnia warao, divididas em oito famílias. Todos recebem assistência social, acompanhamento de saúde, além da oferta de educação para as crianças. O mapeamento foi realizado no mês de junho. À época, eram seis famílias, totalizando 26 pessoas. Conforme o mapeamento, todos possuiam documentação brasileira.
Considerando apenas os maiores de 6 (seis) anos de idade, 70% do grupo nunca havia frequentado o sistema de educação - tanto no Brasil como no país de origem. Entre os que iniciaram os estudos, nenhum concluiu o Ensino Fundamental. Na ocasião do mapeamento, duas das quatro crianças em idade escolar estavam matriculadas na Rede Municipal de Ensino - as outras duas aguardavam matrícula por terem chegado recentemente.
Camila Sombra explica que o principal objetivo do mapeamento é detalhar as necessidades específicas deste grupo. "É necessário uma abordagem comunitária, uma abordagem próxima do poder público com esses grupos para evitar evasão escolar, continuidade do acompanhamento de saúde, para que tenham uma mediação cultural, e para que todas as respostas de politicas publicas tenham atenção ao perfil dessa população", salientou.
A representando da ONU revela que a situação enfrentada em Feira de Santana, com o crescimento da população de refugiados, não é diferente do que ocorre nas grandes cidades do Brasil. "O ACNUR trabalha com politicas públicas em diversas cidades do Brasil, tanto na esfera do Governo Federal como políticas públicas locais, no sentido de uma atenção de proteção e integração a essa população. Estruturação de comitês, conselhos, planos de políticas públicas locais, reconhecimento de boas práticas locais e integração dessa população, além do auxílio na estruturação de respostas nesse sentido", pontuou.
ASSISTÊNCIA GARANTIDA
O prefeito Colbert Martins Filho destacou que o Município tem garantido toda a assistência aos refugiados da etnia warao. Assegurando, inclusive, o acesso a benefícios sociais. "Os recursos que foram passados pelo Ministerio da Cidadania estão sendo aplicados nas áreas de alimentação, higiene e limpeza. Essas pessoas também tem acesso aos benefícios sociais, diferente de outros países que não dão isso, nós estamos dando aos venezuelanos, inclusive o Auxílio Brasil. E nós estamos incorporando essas crianças, que tem sido a nossa prioridade, respeitando sua cultura, tradição, e de braços abertos", destacou.
O secretário de Desenvolvimento Social, Antônio Carlos Borges Júnior, observou que em Feira de Santana existe um plano de ação integrada, formado por Prefeitura e outros parceiros, garantindo dignidade e direitos aos venezuelanos.
"Os CRAS Mangabeira, Jardim Acácia, e Queimadinha atuam com famílias venezuelanas de etnia indígena waraos e essas famílias são atendidas dentro da conformidade da cultura deles. Então é necessário que a gente tenha uma integração com a Secretaria de Educação, para fazer a matrícula dessas crianças, bem como com a Secretaria de Saúde para que eles possam ser assistidos dentro da sua especificidade, e com isso trabalhamos em cima de um plano de ação integrada", explicou.
SOBRE O ACNUR
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização dedicada a salvar vidas, assegurar os direitos e garantir um futuro digno a pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos.
Presente em 135 países, o ACNUR atua em conjunto com autoridades nacionais e locais, organizações da sociedade civil e o setor privado para que todas as pessoas refugiadas, deslocadas internas e apátridas encontrem segurança e apoio para reconstruir suas vidas.
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