O samba de roda esteve na pauta de estudantes e professores da rede
municipal de ensino, bem como de estudiosos da cultura popular e, é claro, de
sambadores e sambadeiras de Feira de Santana e região. O Festival Samba de
Roda, Samba de Todos superou as expectativas dos organizadores, ao mostrar, na
prática, a importância do ritmo que deixou de ser apenas expressão musical para
se tornar identidade cultural e acabou sendo reconhecido como patrimônio da
comunidade.
Pelo menos essa é a avaliação do secretário municipal de Cultura,
Esporte e Lazer, Jailton Batista, que considerou a participação das escolas o
ponto alto do projeto, que envolveu representações das zonas urbana e rural e
possibilitou a integração entre estudiosos acadêmicos e as comunidades. “A
resposta foi muito positiva, tanto nas escolas como na rua”, contabiliza o
secretário, destacando a importância da discussão teórica para preservação da
manifestação.
A programação do festival incluiu, além das apresentações nas escolas –
cinco, ao todo – e as grandes rodas realizadas na praça José Falcão, no bairro
Cidade Nova, um seminário em que se discutiu a evolução, as classificações, o
reconhecimento como patrimônio imaterial da humanidade e, principalmente, as
propostas institucionais para salvaguardar o samba de roda. Tudo isso com a
participação efetiva de sambadores de Feira e dos municípios que integram o
Portal do Sertão.
Para a diretora de Atividades Culturais da Fundação Cultural Egberto
Costa, Aloma Galeano, a integração entre os diversos grupos de samba que
existem na cidade e nos municípios do Portal do Sertão e a valorização e o
conhecimento da diversidade musical dos mesmos foram os principais aspectos do
festival, aliado à participação popular. “O samba tem essa capacidade”, afirma
a diretora, ao registrar o saldo “muito positivo” de todas as etapas do evento.
O presidente da Associação de Sambadores e Sambadeiras da Bahia
(ASSEBA), Galdino de Oliveira Souza (Guda da Quixabeira da Matinha), também faz
avaliação positiva do evento e ressalta a integração com a educação. “O
ensinamento e o contato direto com os alunos foi fundamental, porque as crianças
são o futuro da cultura popular”, destaca. Integrante de uma família de
sambadores, Guda acredita que essa é a forma de salvaguardar, de fato, o samba
de roda em toda a sua essência.