Jeep J8
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Com investimento de R$ 200 milhões, uma montadora de veículos militares será instalada na Bahia em até 10 meses. Os municípios de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e Feira de Santana estão sendo analisados para a implantação da fábrica, que produzirá inicialmente 60 veículos por mês.
O modelo J8, disponível em seis configurações diferentes, será montado sobre módulos importados do Jeep Renegade. "É uma parceria bilateral, uma relação governamental. A marca Jeep militar pertence ao governo dos Estados Unidos, aí nós trazemos para cá e montamos um veículo homologado pelo Exército", explicou Marcellus Ferreira Pinto, presidente executivo da VSK Tatical no Brasil.
O projeto é liderado pela empresa americana Von Suckow Tatical (VST), que tem a VSK Tatical como uma subsidiária da marca. O projeto, homologado pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx), teve anúncio realizado nesta terça-feira (2), durante a Feira de Internacional de Defesa, LAAD Defence & Security 2019, no Rio de Janeiro.
A ideia é produzir veículos para as Forças Armadas, polícias civis, militares e também órgãos de fiscalização, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e guardas civis. Atualmente, os carros são importados para o Brasil e entregues em 20 ou 30 dias. A ideia é aumentar a margem de lucro da empresa com a produção nacional.
Para instalar a fábrica no país, diversos estudos e prospecções foram realizados. Inicialmente, a montadora seria instalada no norte do Espírito Santo. No entanto, a Bahia foi o estado escolhido, por ter um “ambiente de negócios favoráveis”, de acordo com o presidente da empresa.
“Só não avançamos mais rápido porque era um ano eleitoral. O governador Rui Costa disputou a eleição e acabamos atrasando o compasso do projeto, mas estávamos em tratativa com a Bahia no ano passado. Tivemos uma resposta positiva da Casa Civil, mas ainda não chegamos à conclusão de onde será instalada na Bahia”, explicou Ferreira Pinto.
Na corrida entre as duas cidades, Camaçari está na frente de Feira de Santana por conta da presença do polo industrial na cidade, que dá maior estrutura para a fábrica. O presidente executivo da VSK Tatical no Brasil explica que o polo possui áreas autorizadas pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) para cessão e atração de investimentos.
Existe também uma negociação com a Casa Civil para que dois terrenos do local sejam destinados para a montadora.
“Existem duas áreas ali, mas que não têm estrutura, não têm água, energia, galpão pronto, pátio pronto, entre outros, o que demoraria a construção do projeto. Em Feira de Santana, seria em uma área privada que já tem galpão, espaço físico, pátio, estocagem. Teríamos que desembolsar um pouco mais para fechar negócio e conseguiríamos implantá-lo em menos tempo, mas nós não temos pressa”, afirmou o presidente da empresa, que destacou que a definição da cidade deve ser anunciada até o final do mês de maio.
Ao CORREIO, a Casa Civil do governo do estado confirmou que recebeu uma proposta sobre a implantação de uma fábrica de veículos militares no estado e que ela está sendo estudada.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico afirmou que o estado possui “incentivos para o setor automotivo, o mesmo que se aplica para veículos militares”. No segmento automotivo, incentivado pelo estado, existe o Complexo Industrial Ford Nordeste, no polo industrial de Camaçari, atualmente. Essa será a primeira fábrica de veículos militares a ser instalada no estado. A Bahia é a quarta maior produtora do setor no país, com capacidade de produção de 250 veículos/ano.
Novos empregos
A implantação da empresa irá gerar 50 empregos diretos e 200 indiretos. O presidente classificou o projeto como “enxuto” e com investimento “pequeno. “Ele dá mais visibilidade para o governo e mercado do que propriamente retorno financeiro”, disse.
A empresa ainda demonstrou interesse em criar um polo técnico-militar no local, futuramente. Já existem contratos com uma fábrica de armas, uma de nanotecnologia militar e uma segunda montadora, voltada a veículos blindados pesados. Duas outras empresas estão interessadas no projeto: uma fabricante de munições e outra produtora de armas.
Informações do CORREIO 24 HORAS
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