Estudantes da Rede Municipal de Educação atendidos pelos programas Se Liga e Acelera Brasil apresentaram avanço três vezes maior que o parâmetro ideal considerado pelo Instituto Ayrton Senna, responsável pelas iniciativas. Os resultados são do ano de 2018, segundo a avaliação de impacto feita pelo instituto, que mede periodicamente os resultados de aprendizagem dos alunos.
A divulgação dos índices ocorreu durante encontro periódico dos gestores dos programas com a equipe técnica – professores que atuam como coordenadores locais e secretários de educação – dos cinco municípios participantes. A reunião aconteceu esta terça-feira, 6, na sede do instituto, em São Paulo.
A ex-secretária de Educação de Feira de Santana, professora Jayana Ribeiro, e a coordenadora técnica dos programas no município, Lisandra Sampaio, representaram Feira de Santana. Servidora pública da pasta, Jayana Ribeiro atua também na equipe técnica da Seduc.
Feira de Santana alcançou o segundo melhor resultado entre os cinco municípios avaliados. Além de Feira, estão Juazeiro, Maceió, Porto Velho e Recife. Integrantes do Insper – Instituto de Estudo e Pesquisa acompanharam a divulgação dos dados.
Resultados positivos de aprendizagem
Para que os resultados fossem considerados positivos, os estudantes dos cinco municípios deveriam alcançar pontuação média de 20 pontos em três níveis diferentes de proficiência, nas disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa – cada nível com sua avaliação própria. Feira de Santana teve a segunda maior pontuação, com 60 pontos em Matemática I – referente aos alunos que estão em fase inicial de aprendizagem. O primeiro colocado foi Juazeiro, que ficou com 80 pontos.
Já em Língua Portuguesa, o índice de Feira foi 20 pontos, o mesmo alcançado pelos demais municípios.
Para obter os dados, os alunos das escolas municipais que apresentam distorção idade-ano e são atendidos pelos programas, além daqueles que frequentam aulas regulares e não estão inseridos nos programas, foram avaliados no final de 2017, no início e no fim de 2018.
O resultado diz respeito aos impactos observados na avaliação destes estudantes, em termos comparativos. A escala leva em conta aspectos como a competência de leitura e escrita dos participantes, a realidade dos municípios, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de cada um, entre outros.
Também foram constatados índices positivos em outros aspectos. Os alunos que apresentam distorção idade-ano e são assistidos pelos programas Se Liga e Acelera Brasil se mostraram mais atenciosos que aqueles que não estão inseridos no acompanhamento específico do Instituto Ayrton Senna. A pesquisa mostra que os programas tiveram um impacto positivo, com índices bastante significativos na avaliação.
Distorção idade-ano cai e alunos aprendem
Entre 2014 e 2018, 23,5% dos estudantes do Ensino Fundamental I avançaram nos aspectos que caracterizam a distorção idade-ano: eles não estão na série adequada para a idade e não dominam competências para o ano que cursam. Este resultado implicou diretamente na queda de 49,5% para 26% do índice de distorção idade-ano.
Trocando em miúdos, significa que as crianças 1º ao 5º ano que apresentam atraso e não dominam competências fundamentais para a idade estão aprendendo e consequentemente avançando.
Também entre maio e junho de 2018, mais de 35% dos estudantes inseridos no programa Acelera Brasil apresentaram avanço no quesito “produção textual” – eles passaram a escrever textos com frases ampliadas e desenvolvimento lógico de ideias.
O Se Liga objetiva garantir a alfabetização das crianças na idade certa; já o Acelera Brasil visa contribuir para que o aluno alcance, em um ano, o nível de conhecimento esperado para avançar em sua escolaridade. Ambos são desenvolvidos pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com a Seduc.
Este ano, 516 estudantes estão sendo atendidos pelos programas de correção de fluxo – são 269 inseridos no Se Liga e 247 no Acelera Brasil. Ao todo, 28 turmas são contempladas pelas iniciativas. Elas estão distribuídas em 20 escolas diferentes.
A professora Jayana Ribeiro destaca que os resultados positivos são frutos do trabalho sério dos gestores escolares, coordenadores pedagógicos e professores que atuam no programa. “Temos um Comitê Gestor dentro da Seduc que acompanha as ações e toma as medidas necessárias para o desenvolvimento dos programas, mas sem os profissionais que estão na escola e que abraçam a metodologia seria impossível alcançar estes índices positivos”, pontua.
A professora Lisandra de Oliveira Sampaio lembra que “os principais beneficiados são os alunos e suas famílias, uma vez que as crianças voltaram a desenvolver-se com resultados bastante positivos que vão refletir no futuro delas”, comemora.
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