Uma recém-nascida diagnosticada com cardiopatia congênita aguarda há 15 dias na UTI Neonatal do Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher) por uma transferência para um hospital especializado em cirurgias do coração em Salvador. O Hospital da Mulher solicitou o encaminhamento para a Central Estadual de Regulação em nível de emergência.
A mãe da criança, Flávia de Almeida Santos [foto], 28 anos, moradora do distrito de Humildes, destaca que a família está passando por momentos de apreensão. “Nos últimos dias a minha bebê teve infecção e a cada dia aparecem novas complicações. Estamos apreensivos, precisamos urgente de uma resposta da Central de Regulação, e até agora só dizem que não há vaga”, desabafa. “Estamos todos sofrendo juntos, inclusive a minha bebê. Se passa um minutinho sem a medicação, ela começa a acelerar os batimentos”, diz a mãe.
“Os riscos aumentam a cada segundo. A vaga é muito concorrida e até agora a Central Estadual de Regulação não se posicionou para informar quando vai surgir uma nova vaga. Enquanto isso, a família espera. A menina é tratada com medicamentos fortes [Prostin, Alprostadil ou prostaglandina]. São medicamentos vasos dilatadores adquiridos pelo Governo Municipal, através da Fundação Hospitalar, exclusivamente para estabilizar o estado de saúde do bebê cardiopata, até que tenhamos uma resposta positiva, que é o que esperamos”, afirma Gilberte Lucas, presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana.
A Coordenadora de Enfermagem da UTI Neonatal, Mariana Gonçalves, disse que a doença no coração da recém-nascida foi diagnosticada a partir dos exames feitos pelo hospital da mulher logo após o nascimento. “A situação é grave. Ela precisa de cirurgia de urgência, enquanto isso estamos mantendo com procedimentos de ventilação mecânica e medicamentosa, disponibilizada 24 horas. Entretanto vai chegar a hora que nem a medicação vai suprir as necessidades do bebê”, explica a enfermeira.
Ela observa que a doença pode ser identificada antes do nascimento do bebê, quando o pré-natal é feito corretamente. “Mas algumas mães chegam aqui para parir sem ao menos ter iniciado o pré-natal, o que agrava ainda mais o processo do nascimento e da saúde do recém-nascido”, alerta.
O prefeito Colbert Martins Filho, médico por formação, ressalta que o Hospital da Mulher, através da equipe de Enfermagem Neonatal e Parto Humanizado, trabalha para dar a melhor assistência para os bebês nascidos na unidade, bem como o acolhimento necessário para as mães, com apoio psicológico, alimentação nutricional na Casa da Puérpera e Mãe Canguru. “Para que, havendo necessidade de permanecer no hospital, elas possam acompanhar o avanço na saúde do bebê até a alta hospitalar”, salienta.
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