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terça-feira, 7 de maio de 2019

Estudante de Feira de Santana é convocada para a Seleção Brasileira de Orientação e disputará campeonato na Dinamarca



A estudante Geovanna Teles Mineiro, 15 anos, 2º ano do Colégio Estadual Rotary, em Feira de Santana, foi convocada pela Confederação Brasileira de Orientação para compor a Seleção Brasileira de Orientação, que irá disputar o Campeonato Mundial Junior de Orientação, entre 6 e 12 de julho, na Dinamarca. A Corrida de Orientação, ou simplesmente orientação é uma modalidade desportiva que usa a natureza como campo de jogo. É um desporto em que o praticante tem que passar por pontos de controle (PCs) marcados no terreno, no menor tempo possível, com o auxílio de um mapa e de uma bússola.

Geovanna se prepara para o Campeonato Mundial Junior de Orientação, junto ao irmão Guilherme Teles Mineiro, ex-estudante da rede estadual e agora aluno de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Ele também está entre os três jovens baianos que irão para a Dinamarca. A outra estudante é Thalia Natalli, 15, 2º ano, do Colégio Militar de Salvador.


Geovanna conta que está treinando bastante, mas não esconde a ansiedade com o novo desafio e comenta os benefícios do esporte no seu processo de ensino e aprendizagem. “Vou disputar com seleções do mundo inteiro e isto dá uma ansiedade. Mas estou feliz com a oportunidade de participar de mais um campeonato do esporte que me atrai pelo inusitado de cada corrida e pelo seu caráter interdisciplinar. Em cada aventura são novas emoções, novos mapas, novas rotas e é sempre uma oportunidade de testarmos os conhecimentos das aulas de Biologia, Geografia, Matemática, Física. Isto porque precisamos, por exemplo, saber ler o mapa com precisão, calcular distância, velocidade. Por se tratar de um esporte que estimula o raciocínio, acaba trazendo benefícios no rendimento escolar”, relata a estudante.

A atleta, que recebe ajuda de custo da Superintendência dos Desportos (SUDESB), começou no esporte aos 11 anos, e, desde então, já coleciona vários títulos: campeã no Campeonato Baiano de Orientação (2015); na Copa Nordeste de Orientação (2016); no Campeonato Brasileiro de Orientação (2017); e no Campeonato Sulamericano de Orientação (2017). A estudante tem como treinadora a mãe e professora de Ciências, Érika Teles Mineiro, do Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand. E foi, a partir do projeto de orientação desenvolvido no Assis Chateaubriand que Geovanna acabou, por estímulo da mãe, se envolvendo no esporte.

Orgulhosa pelos filhos, a professora Erika diz que a prática esportista no colégio, idealizada pela professora de Educação Física, Denize Mendonça, e disseminada entre os educadores das outras disciplinas, tem contribuído para desenvolver uma série de competências e habilidades dos estudantes. “Eles aprendem a usar a bússola; ganham noções de Cartografia; e são estimulados a pensar na Matemática e na Física, por conta dos cálculos de deslocamentos. Além disso, são sensibilizados em relação à necessidade de preservação da natureza, bem como conhecem locais históricos e praticar os princípios da cidadania nas comunidades que acontecem os torneios”, enumera.


Projeto pedagógico - Desde 2015, os estudantes do Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand participam do projeto social interdisciplinar de orientação. Dois anos depois, o esporte foi implantado na escola como conteúdo da grade curricular do 9° ano do Ensino Fundamental II. Com isso, os alunos passaram a ter aulas expositivas e práticas, o que levou à adesão de 85 estudantes no campeonato interno daquele ano. Os treinos, que são realizados na área da escola e no Parque da Cidade de Feira de Santana, são focados em estudos de mapa, aprimoramento dos conhecimentos de orientação e no uso da bússola, bem como no desenvolvimento do condicionamento físico (resistência, velocidade e agilidade).

O estudante Álvaro Vinícius Alves, 17, 2º ano do Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand, é um dos 85 estudantes que participam do projeto e fala como a prática contribuiu para a melhora do seu rendimento escolar. “Nunca tinha me interessado por esportes até os professores da minha escola me estimularem a participar. Fui debaixo de chuva e me apaixonei, pois é uma aventura junto à natureza, e isto eu gosto muito. Já tenho dois anos e meio que pratico e o saldo positivo reflete bem nos estudos, porque minhas notas e o meu comportamento melhoraram e meu raciocínio ficou mais rápido”, conta o aluno, que coleciona as medalhas de campeão no Campeonato Metropolitano; vice-campeão no Campeonato Nordestino, em Porto de Galinha; e de terceiro lugar no Campeonato Baiano, todos no ano passado. Este ano, já é campeão na primeira etapa do Campeonato Baiano 2019. 

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