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sexta-feira, 17 de maio de 2019

Bailarinas tardias: filhas de peixinhas


A fotografia de uma menina bailarina numa camisa inverte uma conhecida expressão: mãe de bailarininha, bailarina é. Ou será. Ou deseja ser. Mulheres jovens e idosas participam da oficina de balé para adultos, às quartas e sextas-feiras, do Programa Arte de Viver, no Centro de Cultura Maestro Miro.
Quem veste a camisa é Ana Cláudia Santos (foto), que revelou ter sido estimulada a participar da oficina pela filha, Bruna. Além de realizar o sonho de criança, descobriu que o balé é muito mais do que dançar. “Mexe com o corpo todo”.
Diz que o balé melhora a autoestima e a parte física, influencia na sua postura e nos movimentos corporais. “Antes era sedentária”. Bruna entra na sala com barras e espelho logo após a sua saída. “É muito bom dançar”.
Os nomes dos passos são quase sempre em francês e alguns em inglês. Os gestos de mãos e os movimentos dos corpos são suaves e graciosos. Não parece que até há três meses apenas uma delas os conhecia.
Já estão bem à frente do primeiro movimento – quando os calcanhares se tocam, ou perto disso, com as pernas viradas para fora, na busca dos 180º. A atividade requer paciência e persistência. Isso as bailarinas demonstram ter de sobra.
Aos 65 anos, Eilenirdes Pereira dos Santos, disse que há alguns anos se aposentou para viver, não para envelhecer. “Estou vivendo uma experiência maravilhosa, um desafio, porque estou trabalhando o corpo e espírito”. Revelou que o que não fez quando jovem está realizando agora.
As alunas são observadas e, na busca da perfeição que a arte exige, os movimentos corrigidos pelo professor Adauto Silva. Mãos, pernas e pés devem flutuar em sincronia. Nada passa despercebido por seu olhar sempre atento.
“Junte os pés”, fala com uma delas. “Olhe para a frente e mantenha a postura”, orienta outra. Para Adauto Silva, o processo de aprendizado é igual para crianças e adultos, mas os adultos, devido ao estágio cognitivo, aprendem mais facilmente.
Já treinam a coreografia que tem como base a música “Sabiá”, de Luiz Gonzaga, que será apresentada no próximo mês, no espetáculo de encerramento do semestre, no Teatro Ângela Oliveira. Será mais do que um dia de confraternização.
Várias oficinas do Programa Arte de Viver são oferecidas pela Prefeitura de Feira de Santana, no Governo do prefeito Colbert Martins Filho, por meio da Fundação Cultural Egberto Costa.


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