O município de Feira de Santana, no centro-norte do estado, é o que mais registrou pessoas com picadas de animais peçonhentos na Bahia. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), foram 424 ocorrências este ano, sendo a maioria - 316 casos - envolvendo escorpiões. Na sequência aparecem aranhas (27 pacientes), serpentes (26) e abelhas (16). Houve também 31 situações em que o animal responsável pela picada não foi identificado.
A bióloga do Centro de Zoonoses de Feira de Santana, Rosimeire Dourado, explicou que as regiões com mais registros de picadas de animais peçonhentos são os bairros SIM, Mangabeira, Conceição e o distrito de Maria Quitéria.
"A captura desses animais se dá através da visita, quando um morador coloca dentro de um recipiente ou traz diretamente para o CCZ para a identificação. Não existe um treinamento [nas escolas para as crianças identificarem e ficarem distantes dos animais peçonhentos], mas quando há necessidade realizamos palestras e fazemos trabalhos educativos para a conscientização", explicou a bióloga.
A lista das cidades com maior número de ocorrências tem um empate na segunda posição, porque Irecê, no centro-norte , e Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, registraram 333 casos cada uma. Depois dos escorpiões, em Irecê os animais peçonhentos com mais registro de picadas foram as abelhas (84), enquanto em Vitória da Conquista são as serpentes (15) que preocupam mais.
Salvador não aparece na lista das 12 com mais ocorrências. Na Região Metropolitana, apenas Camaçari está no ranking, na 5ª posição, atrás de Jequié. Os camaçarienses registraram 54 ataques de escorpiões, 24 de serpentes, 23 de abelhas, 17 de aranhas, seis de lagartas e em 23 casos o animal ou inseto não foi identificado.
Foto: Pedro Negrão
As prefeituras de Irecê, Vitória da Conquista, Jequié e Camaçari foram procuradas. O município de Jequié encaminhou os dados relativos apenas as picadas de escorpião, com registro de 211 acidentes até o dia 18 de julho, um aumento de 8,76% em relação ao período em 1 de janeiro e 31 de julho de 2023, quando foram contabilizados 194 incidentes. A localidade com maior incidência de casos foi o bairro de Jardim Romão, com 16 picadas.
"O programa de controle de escorpião trabalha atualmente com a equipe de Educação Popular em Saúde – EPS, realizando palestras em escolas e afins. Também são realizadas visitas domiciliares nas residências em que o ocorreram acidentes com animais peçonhentos (escorpião) e que foram atendidos em estabelecimentos de saúde e portanto, notificados. A visita visa inspecionar e orientar moradores sobre cuidados contra o inseto e medidas necessárias para combater sua presença nos domicílios", informou a prefeitura em nota.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Vitória da Conquista informou que os agentes de endemias têm realizado a captura de animais peçonhentos após notificação dos moradores. A denúncia pode ser feita pelo telefone (77) 3429-7421.
"De janeiro até esta quinta-feira (18), foram registradas 394 ocorrências de pessoas vítimas de animais peçonhentos, a exemplo de serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas e abelhas, das quais, 130 na zona rural e 264 na zona urbana. Dessas notificações, 359 foram relacionadas a escorpiões. Os bairros mais afetados são Patagônia, com 20 casos, Brasil e Zabelê, ambos com 19 casos, e Ibirapuera, com 16 casos", informou a nota.
A gestão municipal acrescentou que, no segundo semestre de 2024, serão realizados treinamentos nas escolas municipais para que as crianças aprendam a identificar e a se afastar desses animais, além de comunicar aos responsáveis para que as medidas necessárias sejam tomadas.
As demais prefeituras procuradas não responderam até essa quinta-feira (18).
Veja os municípios com maior número de ocorrências:
⦁ Feira de Santana (424 casos)
⦁ Irecê (333 casos)
⦁ Vitória da Conquista (333 casos)
⦁ Jequié (224 casos)
⦁ Camaçari (188 casos)
⦁ Santo Estevão (184 casos)
⦁ Euclides da Cunha (163 casos)
⦁ Seabra (152 casos)
⦁ Polões (146 casos)
⦁ Barreiras (134 casos)
⦁ Jaguaquara (133 casos)
⦁ Macaúbas (130 casos)
*Fonte: Sesab/Divep/CIATox/Sinan, com dados de 2024.
Fotos: Marcus Buononato e Pedro Negrão
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