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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Dival Pitombo - uma ausência sentida na Cidade Princesa

 

Erudito, era simples e acessível, mantendo um nível de equilíbrio com quem dialogava, sem exibir superioridade de conhecimento

Elegante, espargia educação e cultura a cada passo. Erudito, era simples e acessível, mantendo um nível de equilíbrio com quem dialogava, sem exibir superioridade de conhecimento. O feirense Dival da Silva Pitombo, nascido em 1916, formou-se em Odontologia em 1930 e, logo após, exerceu a profissão com desvelo, mas preferiu seguir o caminho das Letras e da Cultura, talvez por entendê-lo mais amplo, atraente e compatível com a sua personalidade.

A partir de 1940, no Colégio Santanópolis, estabelecimento de ensino particular, iniciou sua presença nas salas de aula. Foi um competente professor de História e diretor do Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG), na época o mais importante estabelecimento da rede de educação do estado, no interior, especializado no curso de Magistério para a formação de professores. Vale dizer que jovens de várias partes da Bahia se deslocavam para a cidade princesa para obter o diploma de Magistério. Ele também ocupou a Diretoria de Vida Universitária da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Dival da Silva Pitombo, filho do casal Joaquim Inácio Pitombo e Julieta da Silva Pitombo, foi diretor do Museu Regional de Feira de Santana logo que o órgão cultural foi inaugurado em 1967, pelo jornalista Assis Chateaubriand, proprietário dos Diários Associados, permanecendo no cargo com um trabalho significativo até 1989, quando faleceu. Foi membro e presidente da Academia de Letras de Feira de Santana, integrante do Conselho Estadual de Cultura, do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e da Associação Baiana de Imprensa.

Incentivador das atividades artístico-culturais, tornou-se referência de tal modo que era consultor dos jovens artistas, aos quais não negava palavras de orientação e estímulo, amparo que proporcionou o crescimento de muitos deles. Ocupou a cadeira 15 da Academia Feirense de Letras, da qual foi presidente, e transitou com qualidade pela literatura com o livro “Litania para o tempo e esperança”. Promoveu e contribuiu para a realização de várias exposições de arte no antigo Museu Regional de Feira, na rua Geminiano Costa, onde hoje funciona o Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira (MAC).

Como poeta, foi autor de várias obras nas quais evidenciava o seu espírito sensível ao belo e à natureza, como “Os flamboyans estão floridos”, traduzindo em palavras o clamor espetacular da natureza: “...Os flamboyans estão floridos. Verde e escarlate, mais escarlate que verde. É como um incêndio no mar. Na multidão indiferente, apenas a criança olha. Os flamboyans são para os pássaros e as crianças...”.

Por: Zadir Marques Porto

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